Para aqueles que estudam na Escola Municipal Professora Idília Machado Ferreira, em Pedreiras, a proximidade com os anos anteriores fica evidente, seja para conhecer o trajeto que o trem percorria pelo bairro, seja ao irar pontos importantes do município, como o Aeroporto Internacional de Navegantes ou o Molhe de Navegantes.

Se, por muitos anos, a localidade ficou conhecida por ser o local de extração das pedras que contribuíram para a formação de diversos pontos da cidade, hoje o lugar já conta com outras fontes de renda, opções que vão além das tarefas que, naquele tempo, sustentavam muitas famílias.
E quem está à frente do ensino faz questão de aproximar os estudantes dos fatos históricos, como a diretora Neide Maria Bortolato. Na unidade, o percurso que foi trilhado no ado faz parte de diversos componentes curriculares.
“Nós já estamos trabalhando com a terceira, quarta geração da comunidade, já tivemos muitos alunos que aram por aqui. Eu estudei aqui, fiz meu primeiro, segundo, terceiro ano e quarta série (na época) nessa escola”, conta a profissional, que viu os filhos se formarem e assiste, de perto, avós, pais e netos que são formados na unidade.
Com pouco mais de 200 alunos, do primeiro ao nono ano, a motivação para a criação do ambiente foi atender a comunidade da época.
“A nossa escola surgiu da necessidade de ter uma casa para atender os filhos das pessoas que trabalhavam na exploração da pedra, a princípio era numa casa. Como a escola tem 89 anos, ela pertencia a Itajaí. A necessidade fez com que eles criassem essa casinha”, explica a diretora, que menciona o crescimento da população e as alterações no tamanho do espaço.
Com uma trajetória de 44 anos de magistério em Navegantes, presenciar a mudança da unidade e do próprio município é uma sensação única.
“Uma mistura de sentimentos, várias realizações, mas principalmente várias aprendizagens, eu aprendi muito de ter estudado, de ter trabalhado. Foi meu primeiro emprego, eu me aposentei aqui, foram vários aprendizados. São sentimentos misturados — alegria, recordações, momentos bons, momentos não tão bons. Vou levar daqui coisas boas”, diz Neide.
Como outras unidades da Rede Municipal, a escolha do nome da escola está relacionada com o papel que algumas professoras tiveram na construção da educação. No caso de Idilia Machado Ferreira, a sala de aula foi a sua primeira experiência.
“Foi o primeiro serviço dela, só que na época, um pouquinho antes de mim, se aposentava com 25 anos de trabalho, e os 25 anos de trabalho dela também foram aqui nessa escola, ela só trabalhou aqui”, finaliza a diretora.