Além de sua natureza e paisagens deslumbrantes, Florianópolis também é rica em sua cultura. Relembrar a história do município e conhecer o folclore local é também uma forma de aprender a respeito de suas origens e da identidade da região onde mora.

Com um olhar atento aos questionamentos e curiosidades das crianças, as professoras do Núcleo de Educação Infantil Municipal (Neim) Ilha Continente realizaram um projeto na unidade escolar que busca resgatar a cultura e o folclore de Florianópolis.
A ideia surgiu a partir de dois dos cinco grupos de estudantes da instituição. No grupo 4, lecionado pela professora Cintia Mara Conte, surgiram dúvidas na sala referência sobre um dos personagens das lendas da ilha, a Bernunça.
Além disso, outro fator chamou atenção dos menores: uma das crianças mostrou um vídeo aos seus colegas sobre uma água viva que ele e sua mãe haviam visto nas férias.
Com isso, Cintia deu início a atividades sobre a vida marinha da costa catarinense e os patrimônios do município. Já no grupo 5, a professora Débora Cardoso questionou os menores sobre o que eles gostariam de aprender no semestre. Animados responderam sobre futebol e eios culturais.
Por meio destas duas turmas, o Neim iniciou uma série de atividades e um projeto que beneficiou todos os pequenos da unidade, a “Gincana Manezinha Ilha Continente”. Foram realizadas atividades para apresentar a cultura local para as crianças que ainda não tinham familiaridade com a história do município, e também para as famílias que vieram de outras regiões do país e as estrangeiras.
As crianças presenciaram a apresentação do Boi de Mamão, em uma parceria com o Projeto Bairro Educador do Morro da Mariquinha, e da contação de história da lenda de Peri e Conceição, com os personagens Dona Mocotinha e Romério. Os pequenos também tiveram a oportunidade de conhecer outro costume tradicional da ilha, a renda de bilro.
As atividades não pararam por aí, uma visita que conquistou os pequenos foi ao Museu de Florianópolis. “O grupo quando se deparou com a maqueta da Ilha de Florianópolis identificou o ‘um pedacinho de terra’ e puxaram a cantoria do Rancho de Amor à Ilha”, conta a diretora da unidade, Byanka Coelho Vieira.
Apaixonados por futebol, as crianças conheceram os estádios dos dois clubes clássicos da região, Avaí e Figueirense. Exercícios manuais também fizeram parteda programação, como a releitura dos desenhos de Franklin Cascaes, a oficina de papietagem da máscara das bruxas.
Durante o mês de outubro, a agenda de atividades dos pequenos estava cheia. Com a gincana, vivenciaram o Show de Talentos dos Manés, participaram de brincadeiras como o arremesso de “tarrafa”, chute ao gol com a Bernunça, pescaria da tainha, corrida do Boi de Mamão, boliche com os personagens folclóricos, o Futebol Mané – os participantes vestem a camisa de seu time favorito e jogam de chinelo e meia -, e caça ao tesouro da tainha.
Outra visita planejada pelas professoras foi ao Parque da Luz, com o intuito de conhecer a exposição de Fritz Müller e o “O Olhar do Boi”, do artista Denilson Antonio.
No entanto, ao chegar lá as peças já haviam sido recolhidas. Então, os monitores da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram), em conjunto com as docentes, apresentaram o parque e as árvores nativas para as crianças.
Além disso, Denilson visitou pessoalmente o Neim e realizou dinâmicas com os pequenos. Além de levar sua exposição, também realizou contações de histórias, uma pequena oficina de desenho e muita música, já que o artista fez parte do grupo Boi de Mamão por mais de dez anos. Com as ilustrações feitas pelas crianças durante as atividades, foi feito um mural de exposição.
Para este mês de novembro, mês da Consciência Negra, estão sendo desenvolvidas tarefas que envolvem a cultura afro-brasileira, com a história das personalidades negras catarinenses.
Para Byanka, o projeto que inseriu toda a unidade escolar dentro dos costumes e folclore local é essencial para que os mais novos possam valorizar e preservar a cultura. “Nosso patrimônio imaterial, nossa identidade, nosso jeito de ser e de falar, para que as gerações futuras possam usufruir dessa riqueza”, declara.
Confira algumas fotos das atividades realizadas pelas crianças: