Mais uma aula começa e você está na sala de aula com os amigos. O professor entra e apresenta um novo robô para a turma — com pouco mais de 20 centímetros, parecido com uma aranha. Você pode ter imaginado um cenário de gravação, mas a verdade é que a experiência já é realidade para 120 estudantes da EBM (Escola Básica Municipal) Maria Conceição Nunes, em Florianópolis.

A ideia é do professor de história Felipe Salvador Weissheimer, com o objetivo de mostrar a importância do foco. “É um dispositivo que possui uma placa de microcontrolador que se conecta por bluetooth com sensores de ondas cerebrais, que estão conectados por um cinto na cabeça do usuário”, explica o profissional.
O segredo para movimentar o equipamento ou manter a pausa está na detecção das ondas cerebrais, que indicam o nível de concentração e relaxamento. “Os ritmos das atividades cerebrais são determinados pela velocidade e intensidade da transmissão da informação”, complementa o professor.
Mas se engana quem pensa que o único ganho está em trabalhar a atenção. Na verdade, a vivência mostra a importância da disciplina em várias atividades do cotidiano, incluindo os momentos em sala e durante o aprendizado.
“Cerca de 30 estudantes já sentiram na prática a experiência, possibilitando o autoconhecimento sobre o funcionamento do cérebro. A partir dos sensores cerebrais e a manutenção das ondas beta (concentração), é possível materializar comandos de ação”, conta Felipe.

Além de apresentar alternativas para compreender a inteligência emocional, como é o caso do robô aranha, a atividade mostra aos jovens novas possibilidades quando o assunto é tecnologia e aprendizado. “Achei uma experiência única, que você só percebe quando consegue se concentrar. Foi muito legal e divertido, é difícil acreditar que você está deixando o robô parado”, diz Isadora Coelho, 13, oitavo ano.
E aquilo que está sendo compartilhado com a turma deve ser replicado em outras atividades, agora que compreenderam a importância da atenção.
“Foi uma superexperiência e o sensor é um brinquedo importante e educativo, pois aprendemos que precisamos ter foco, concentração e disciplina em tudo o que fazemos, até apagar uma simples luz em um robô. Uma experiência emocionante”, enaltece Luca Reichert Shimoda, 13, oitavo ano.
Para o responsável pela atividade, a ação é essencial para mostrar aos estudantes que existem diversas formas de estar conectado com a tecnologia. O importante é entender a usabilidade de cada ferramenta e como aplicar no dia a dia, tarefa que também deve ser desempenhada pelos profissionais da educação.
“Os processos metodológicos precisam mudar, trazendo essas inovações do mundo contemporâneo para a sala de aula e disponibilizando o o às tecnologias. Não podemos ficar parados, pesquisa e atualização profissional são a chave para o desenvolvimento de aulas mais atrativas e significativas”, opina Felipe.