O presidente Lula se reuniu com reitores de instituições federais de ensino superior nesta segunda-feira (10), em Brasília. O ministro da Educação, Camilo Santana, informou que um investimento de R$ 5,5 bilhões será destinado a universidades e hospitais universitários.

A reunião de Lula é mais uma tentativa de acabar com a greve nas universidades federais. A mobilização dos docentes começou em 15 de abril e 62 instituições seguem paralisadas, de acordo com o sindicato nacional Andes.
O investimento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) inclui R$ 3,17 bilhões na consolidação de estruturas, R$ 600 milhões para expansão e R$ 1,75 bilhões para hospitais universitários.

Segundo o ministro Camilo Santana, os recursos contemplam 223 novas obras, sendo 20 em andamento e 95 retomadas em salas de aula, laboratórios, auditórios, bibliotecas, refeitórios, moradias e centros de convivência.
Além disso, o MEC (Ministério da Educação) vai acrescentar R$ 400 milhões no custeio das instituições. Com a recomposição, o orçamento para as universidades federais será de R$ 6,38 bilhões em 2024, enquanto dos institutos federais será de R$ 2,72 bilhões.

Lula também anunciou dez novos campi vinculados a universidades já existentes e oito novos hospitais universitários, mas nenhum em Santa Catarina.
“A gente não vai perder o bonde da história como muitas vezes o Brasil perdeu. E para isso a gente precisa ter mais universidades, ter mais aluno estudando, ter mais institutos federais”, se pronunciou o presidente durante a reunião.
Acordo com o governo criou “racha” entre os sindicatos 4zq1f
Os professores das instituições federais entraram em greve há dois meses para reivindicar o reajuste salarial ainda este ano, a reestruturação da carreira e a recomposição orçamentária das universidades.

A proposta apresentada pelo governo Lula em 15 de maio, porém, manteve o reajuste zero para 2024. As parcelas são de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.
O aumento seria de 13,6% para aqueles com salários mais altos e de até 31% para os mais baixos. O Ministério da Gestão e da Inovação afirmou durante a negociação que se tratava da última oferta.

O acordo criou um “racha” entre os sindicatos nacionais e o Proifes foi o único a aceitar a proposta do governo. As demais entidades representativas, Andes e Sinasefe, consideraram o reajuste insuficiente e continuaram a greve.
Reitor da UFSC participa de reunião com Lula em meio à greve 1i1663
O reitor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Irineu Manoel de Souza, esteve presente na reunião com Lula na manhã desta segunda-feira.
Os servidores técnico-istrativos da universidade estão em greve desde 11 de março, quando começou o ano letivo da graduação. Os professores também aderiram em 7 de maio e os estudantes em 14 de maio.

A entidade Apufsc-Sindical, filiada ao Proifes, criou um embate com os grevistas. De um lado, o sindicato alega que a paralisação dos docentes acabou. De outro, o Comando Local de Greve reivindica a continuidade do movimento.
A partir do início da paralisação, as decisões ficaram a cargo do Comando Local de Greve eleito em assembleia, e não mais do sindicato. A greve dos professores, portanto, segue por tempo indeterminado na UFSC.

“Desde então, outras assembleias do comando local foram realizadas, a última delas na tarde de terça-feira, 4 de junho. Em todas houve deliberação por rejeitar a proposta do governo federal e prosseguir em greve”, declararam os grevistas em nota.
Na sexta-feira (7), o Conselho Universitário da UFSC votou pela manutenção do calendário acadêmico de 2024. A reitoria da universidade também acatou uma série de recomendações do Ministério Público Federal a respeito do movimento.