Comprar um celular novo, ganhar um notebook e trocar os fones de ouvido são práticas que fazem parte do dia a dia. Mas o que deve ser feito com os objetos antigos? Como é o descarte do lixo eletrônico? São essas perguntas que incentivaram o clube de robótica da Escola Municipal Professora Laura Andrade, em ville, a colocar a mão na massa.

Na unidade, o contraturno escolar vira um laboratório de criação que transforma rádios, DVDs, impressoras, controles e vários lixos eletrônicos em maquetes, guindastes, robôs e até carrinhos, tudo com funcionamento de bateria, ou seja, ganham vida nova.
A curiosidade de mexer com eletrônicos e criar projetos faz brilhar os olhos dos estudantes que participam do clube uma vez por semana, com acompanhamento da professora integradora de mídia Jocilene Aparecida Skrypec Machado.
Na contramão do que se vê na realidade do Brasil, o projeto escolar aplica na prática a sustentabilidade ao repensar, reutilizar e reciclar o descarte do e-lixo. “Tudo eles retiram, a gente guarda e ali a gente começa a construir outros materiais. Eles (alunos) fazem desafios, constroem, brincam e a gente faz a exposição”, relata a professora.
Ao todo, mais de dez projetos foram criados com reciclagem de e-lixo. No clube de robótica da escola, os 20 alunos – divididos em dois grupos de dez por turno – aprendem a pesquisar, descobrem novos métodos de aprendizagem e transformam materiais de sucata em novos brinquedos.
Na prática, é a união de tudo o que aprendem dentro do currículo escolar usando a imaginação, relacionamento interpessoal e transformação do conhecimento teórico em prático.
“A robótica ajuda na criatividade, como no trabalho de arte. Eu lembro de robótica, às vezes a professora pede para fazer desenhos e eu faço vários pensando nela. Nós pesquisamos tudo o que a gente inventa com os materiais. A gente pesquisa tudo o que a gente acha interessante para criar”, diz Saymonn Poteriko Schlickmann, 13, aluno do sétimo ano.
Para Murillo do Prado Garcia, 11, aluno do sexto ano, além de aprender pelo método de tentativa e erro, o que também se torna uma forma de aprendizagem, a melhor parte de todas as criações que o grupo já fez é só uma: “Quando a gente finaliza e dá certo”, comenta, com uma risada.
A professora Jocilene avalia que o resultado de todos os projetos que o clube de robótica desenvolve reflete lá na sala de aula. “Alguns alunos tiveram um grande avanço, os professores comentaram, como disciplina, apresentações dos trabalhos”, destaca a professora.
O que é lixo eletrônico? 5h4g2
E-lixo, Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE), Resíduo Eletrônico e Lixo Eletrônico são as formas como os materiais elétricos e eletrônicos que estão estragados ou danificados são chamados quando não possuem mais uso.
Com o aumento das compras e a troca constante de aparelhos, o descarte ou a ser uma preocupação mundial. Por isso, diversas entidades – incluindo a Organização das Nações Unidas (ONU) – contam com programas voltados à conscientização e a práticas sustentáveis.
Mas você sabe quais objetos são caracterizados como lixo eletrônico e como identificá-los? As mercadorias e dispositivos eletroeletrônicos de todos os tipos e tamanhos entram nessa categoria. Confira a classificação com alguns exemplos:
- Informática e telefonia: celulares, tablets, notebooks, impressoras, monitores, computadores etc.
- Equipamentos pequenos: rádios, ventiladores, aspiradores de pó, secadores de cabelo, torradeiras etc.
- Equipamentos grandes: geladeiras, máquinas de lavar, fogões, TVs etc.
- Pilhas e baterias: incluem os modelos portáteis e recarregáveis.

Como deve ser feito o descarte do lixo eletrônico? 3d404r
A compra de novos eletrônicos está mais ível, mas existe um problema por trás do consumo: na compra dos novos, o que fazer ou onde descartar o lixo eletrônico?
Se a resposta for jogar no lixo comum, o problema que estava dentro da sua casa a a ser de toda a sociedade.
Isso porque o descarte errado de e-lixo pode causar sérios problemas de saúde a nós, humanos, por conta das substâncias que estão nos componentes, além do perigo que os metais pesados podem trazer de contaminação para o solo, a mata e toda a natureza.
A falta de o à informação sobre esse assunto é tão preocupante que nos coloca em um lugar nada legal. De acordo com a pesquisa “Resíduos eletrônicos no Brasil – 2021”, nosso país ocupa a quinta posição de descarte incorreto do lixo eletrônico em todo o mundo e o primeiro lugar no pódio na América Latina.
Em contrapartida, este mesmo levantamento, feito em 13 Estados brasileiros e no Distrito Federal, revelou que, no Sul, ville e Florianópolis são as cidades em que as pessoas têm mais conhecimento sobre o que é o lixo eletrônico.
Quando falamos do descarte correto do lixo eletrônico, os locais e as obrigações dos fabricantes estão previstos na Lei n°12.305/2010. De acordo com ela, as empresas devem oferecer a logística reversa, incentivando a devolução dos aparelhos.
O consumidor tem o direito de devolver o item para a marca, que fica responsável por decidir qual será o próximo o: o reuso das peças ou o descarte correto.
O objetivo é que a responsabilidade pelo ciclo de vida do lixo eletrônico seja compartilhada, incluindo aqueles que produzem, vendem e compram – e até mesmo o poder público.
Em ville, a exclusão dos resíduos eletrônicos pode ser feita em um dos ecopontos da cidade. No caso dos eletrodomésticos, a solução é agendar a coleta. As pilhas e baterias devem ser devolvidas nas lojas.