Além das comidas, costumes e vestimentas típicas, as expressões utilizadas em cada local são uma das maiores marcas registradas daquela região.
Afinal, mesmo se você estiver do outro lado do mundo, é fácil reconhecer quando alguém é seu conterrâneo ao ouvir aquela palavra característica de seu município.

Com grande influência dos imigrantes, principalmente dos açorianos, chegando perto dos cais e das praças onde ficam os pescadores, é possível identificar o forte sotaque dos moradores de Navegantes.
Seja pela pronúncia chiada e veloz — herança dos antigos portugueses que chegaram à região — ou por utilizar uma palavra fora do comum, quem é de fora talvez não identifique de cara alguma das expressões dos navegantinos.
No entanto, é no convívio com os moradores que estas palavras am a fazer parte do cotidiano, já que dialetos locais são fortes atributos que contribuem no sentido de pertencimento.
Mas como uma única palavra pode se transformar em diversas outras?
Apesar dos termos serem compartilhados entre pessoas que falam a mesma língua, as influências de cada região podem impactar diretamente na pronúncia e na escrita, fazendo parte da formação da identidade e da história de cada comunidade.
Dentro dos fatores socioculturais, a união de diferentes origens, etnias e graus de escolaridade também induzem a variação linguística.
Encontrar uma maneira de deixar o idioma mais fácil, poupando a memória e diminuindo o esforço, juntamente com os vícios de linguagem, são outros aspectos que potencializam a mudança na comunicação.
Com isso, o que antes era apenas uma palavra isolada a por um rearranjo no termo, com exclusão e adição de outros elementos.
Dialeto de Navegantes: dengo dengo 1ip32
Você se garante no linguajar navegantino? Veja os exemplos e relembre algumas das diversas expressões típicas do município.
À boca da noite: forma de chamar uma ocorrência durante o início da noite.
Arrenegá: o mesmo que importunar ou perturbar alguém.
Banho geral: aquele banho semanal que também inclui a lavagem da cabeça.
Banzo: maneira de chamar alguém meio tonto ou sonso, o mesmo que tanso.
Bobiça: algo sem utilidade, uma tolice e bobagem.
Buso: forma divertida de falar ônibus.
Djahoje: representa aquilo que aconteceu há poucos momentos.
Dotrolado: forma de chamar a área de Itajaí.
Entrou areia: maneira de falar quando algo deu errado.
Impim: o mesmo que aipim, mandioca.
Inticar: implicar ou provocar alguém.
Mãe do corpo: o útero da mulher.
Ovo virado: quando alguém está de mau humor.
Telha corrida: o mesmo que estar atordoado ou desorientado.
Tresantonte: forma de comentar sobre fato ocorrido há três dias.