Com o tempo abafado e as aglomerações de verão, é comum identificar aqueles casos típicos da estação, como desidratação e insolação. Em algumas cidades do Litoral Catarinense, um outro vilão está sendo responsável por atrapalhar os eios dos turistas e moradores: a virose. Com sintomas que incluem mal-estar, enjoo e dores abdominais, o resultado foi uma epidemia nas cidades litorâneas.

Por mais que o termo virose seja conhecido, ainda existem dúvidas quando a visita ao médico resulta no diagnóstico. O que fazer para melhorar? Quais são as causas? Compreender como funciona a contaminação é determinante para manter o vírus bem longe.
O que é virose? 4v6o6k
Você já parou para pensar no que é categorizado como virose? A classificação é simples: nesta palavra estão todas as contaminações que são causadas por vírus, seja o agente conhecido ou aqueles que ainda estão sendo estudados.
É válido mencionar que esse inimigo sobrevive e consegue se replicar quando tem como hospedeira a célula — é ali que ele vai se multiplicar, modificando o funcionamento do organismo.
Além de prejudicar as atividades do corpo, os vírus podem ar por mutações, processo que origina novos invasores. Vale lembrar que existem inúmeros agentes, portanto, é possível ser diagnosticado com diversas viroses. Nos casos em que o invasor já é conhecido, as doenças contam com nomes definidos, como é o caso da gripe e catapora.
Na maioria dos casos, a virose produz sintomas similares – fator que facilita a análise do médico. Por mais que, em algumas situações, não exista a certeza da substância que está alterando o funcionamento do organismo, o foco é cuidar do bem-estar — assim a melhora será mais rápida.
Virose respiratória x gastrointestinal? 5a3l1e
Entre as categorias, existem duas conhecidas: as viroses respiratórias e as viroses gastrointestinais. Enquanto a primeira é mais comum no inverno; a segunda prevalece nos meses mais quentes. “A sazonalidade ocorre no verão por conta da aglomeração de pessoas em praias e balneários, muitas vezes sem que as condições sanitárias sejam ideais”, explica a médica infectologista Carolina Cipriani Ponzi.
A contaminação é outro ponto que apresenta diferenças, isso porque os problemas respiratórios podem ser transmitidos por gotículas ou aerossóis de secreção respiratória. Já a virose mais comum no calor tem como causa o consumo de água e alimentos contaminados.
Quais são os sintomas da virose? 3l465i
Por mais que a dor de cabeça e a náusea seja uma resposta quase imediata do corpo, existe um trajeto que o inimigo percorre. “Os vírus causam uma inflamação na mucosa intestinal (enterite), que leva para a produção de líquido na luz intestinal e à falta de absorção de nutrientes. Isso acaba levando ao amolecimento das fezes (diarreia)”, conta Carolina Cipriani Ponzi.
Além da dor muscular e falta de apetite, existem outros sintomas que devem ser levados em consideração. “Mal-estar, apatia, diarreia e vômitos. Algumas pessoas podem ter febre e conjuntivite. Algumas vezes pode haver desidratação, especialmente em pessoas idosas e crianças pequenas”, expõe a médica infectologista.
Vale destacar que cada pessoa pode apresentar alterações diferentes, dependendo da contaminação, do vírus e das respostas do organismo. Por isso, os casos devem ser acompanhados de perto e o tratamento deve ser pautado no repouso, priorizando a hidratação e alimentação adequada — é assim que o corpo será capaz de expulsar o vírus.
Como evitar uma virose? 5v3q3i
O cuidado com a higiene pessoal é um fator primordial quando o assunto é evitar contaminações. No caso da virose, a médica Carolina Cipriani Ponzi elenca outras medidas que fazem a diferença. “Nunca consumir água e alimentos que tenham risco de estar contaminados. Só consumir água fervida filtrada ou mineral. Não tomar banho de mar quando houver indicativo da falta de balneabilidade e realizar a higiene das mãos com água e sabão ou com álcool em gel.”
Não consumir comidas que estão fora do prazo de validade, evitar alimentos que estão com aroma, cor ou aparência duvidosa, evitar pratos crus, incluindo proteínas, armazenar cada item corretamente, embalado e na temperatura adequada são medidas para evitar o contágio.
Norovírus em Florianópolis 6q3l2j
A Capital está entre os locais que registraram casos de viroses. Os primeiros registros surgiram no início de janeiro, acompanhados da mesma queixa: diarreia.
O Norte de Santa Catarina é o ponto mais afetado, com o maior número de casos. O Norovírus foi identificado pelo Laboratório de Virologia Aplicada da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Das primeiras 19 amostras analisadas, o resultado foi compatível em 12 unidades. Além de ser encontrado nas fezes, a substância também foi identificada na água.
Por conta da prevalência e dos atendimentos registrados na rede pública e privada de saúde, a Vigilância Sanitária de Florianópolis (Visa) decretou uma epidemia na cidade, definição utilizada para registrar números significativos de diagnósticos, já que Florianópolis ultraou 5 mil casos de diarreia nos últimos 30 dias.
Uma medida adotada pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) é a coleta de duas amostras semanais em 82 pontos do Estado, acompanhando a situação em nove cidades. O objetivo é verificar a balneabilidade de cada ponto.