Há quem diga que, no futebol, além de trabalho e competência, é preciso ter sorte. É bem verdade que bolas na trave e aquela pontinha da chuteira que às vezes salvam ou acabam com sonhos podem mudar o rumo de um campeonato e, neste ano, o JEC vem contando com alguma sorte e, até mesmo, com a “ajuda” dos adversários.

Os adversários, aliás, têm feito mais pelo JEC do que o próprio time e, graças a eles, a torcida tricolor ainda tem um fio de esperança de se livrar do rebaixamento e, até mesmo e de maneira inacreditável, avançar ao mata-mata. Mas, há um motivo que faz o torcedor ficar no limbo, em cima daquela corda bamba entre acreditar e duvidar. O motivo? O próprio time.
As últimas duas rodadas foram praticamente perfeitas para as pretensões tricolores. Com um campeonato tão equilibrado do meio da tabela para baixo, contar com o tropeço dos adversários diretos é perigoso, mas quando acontece, pode alavancar um time. Até pode, desde que o próprio time faça sua parte. E aí mora o problema que tira o sono da torcida vilense.
Nos últimos três jogos, dois empates contra concorrentes diretos e uma derrota para o líder do campeonato. Nas últimas três rodadas, adversários que brigam entre o rebaixamento, o limbo do 9º e 10º lugar e as últimas vagas ao mata-mata, tropeçaram e deram ao JEC a oportunidade de se redimir. Mas, seguindo o manual do rebaixamento, o Tricolor foi deixando para depois, deixando para a próxima rodada e, agora, chega ao último jogo precisando dar a vida, fazer o que não fez durante o campeonato para, ao menos, permanecer na elite do futebol catarinense.
A “sorte” é tanta que, mesmo com um aproveitamento pífio de 26,7%, apenas uma vitória em 10 jogos, o segundo pior ataque e a segunda pior defesa, ainda assim, o JEC só depende dele para não ser rebaixado e, a depender dos resultados pode, até mesmo, chegar ao mata-mata.
Mas, precisa se ajudar. O time teve um campeonato inteiro para fazer a sua parte e não o fez. A torcida tem motivo de sobra para desconfiar que não será agora, mas tem aquele fio de esperança que foi confeccionado não pelo JEC, mas pelos rivais, de que ainda é possível.