Depois da tragédia da Chapecoense, em novembro de 2016, uma série de homenagens foram realizadas no mundo todo, por outros clubes de futebol, autoridades das mais diversas áreas, e por pessoas não famosas que quiseram prestar sua homenagem de alguma forma. Em Chapecó, encontramos três exemplos: um casal que escolheu as cores verde e branca como decoração do casamento, os pais que deram ao filho o mesmo nome do goleiro da época, e um torcedor que já deu uma volta na Terra acompanhando o time jogar.

Alguns acham normal, outros acham estranho ou até exagerado, mas essas homenagens podem ser consideradas aliadas no processo de elaboração de luto, ressalta a psicóloga Deisy Parnof. “Neste caso, além de ser uma forma de homenagear pessoas e fazer parte de um processo histórico de um time de futebol, inconscientemente é uma forma de trazer aconchego emocional, oferecendo um sentido para amenizar a dor da falta, do vazio, de um lugar, de pessoas que concretamente não existem mais, mas que existirão para sempre na memória, no processo histórico”, afirma.
Casal dá nome do goleiro Danilo ao filho 6z5g4o
Moradores do bairro Santo Antônio, em Chapecó, Marcos Alves de Oliveira e Beatriz Inhaia de Oliveira, escolheram o nome do filho a dedo: “Danilo Padilha Inhaia de Oliveira”. O menino completa 5 anos no dia 26 de abril. “Coincidentemente ou não, o aniversário do nosso filho é exatamente no Dia do Goleiro. E o nome dele foi pensado para homenagear o goleiro Danilo Padilha da Chapecoense”, conta o pai.

A decisão foi tomada após a queda do avião. “Tínhamos convívio com alguns jogadores na igreja e estávamos sempre acompanhando o time da Chapecoense. Quando soubemos que ia ser um menino, decidimos na hora que o nome do filho seria Danilo Padilha. Nossa homenagem foi para o goleiro, por ele sempre representar bem a Chapecoense, vestir a camisa, era uma pessoa muito boa, muito querido pela torcida, era um ídolo para nós”, afirma Marcos.
Hoje, o pequeno Danilo de 4 anos assiste aos vídeos do goleiro Danilo e fica “feliz da vida”, segundo o pai. Sobre o futuro não se sabe, mas o Danilo Padilha de 4 anos já pratica futsal sub4, atua como goleiro e na linha, e já participou até de campeonatos.
Casamento com a decoração verde e branca 1a31d
A Chapecoense é presença constante na vida da gerente istrativa Gabriela Conrado Pilz e do engenheiro Civil Daniel Augusto Pilz. Tão forte que foi até o tema do casamento dos dois, em 28 de abril de 2018. “Nossa história tem muita ligação com a Chape, fomos apresentados por uma amiga em comum, em 2010, da seguinte forma: essa é a Gabi, minha amiga, ela é louca pela Chape assim como você. No mesmo fim de semana, já estávamos juntos no jogo. “Nossos amigos e familiares brincam que nós vivemos uma relação a três: eu, ele e a Chape”, brinca Gabi.

Como o time já fazia parte da vida do casal, quando marcaram a data do casamento, já sabiam e sonhavam com um momento que fosse a cara dos dois. “Em razão da tragédia, a gente fez tudo com muito cuidado, queríamos que fosse um dia feliz, que não nos trouxesse lembranças tristes. Então muitas coisas fizemos de forma sutil, até a música que entramos no casamento após a cerimônia, escolhemos uma bem alegre”, lembra Gabi.
Uma volta ao mundo pela Chape 666k63
Felipe Farina mudou-se para Chapecó em 2007 e se apaixonou pelo futebol da cidade. “Eu morava na região, um amigo me levou ao estádio, e me identifiquei com o time, pelo que ele representa. A Chapecoense leva as características da região, povo trabalhador, de garra, de raça”, afirma.

A paixão foi aumentando tanto que Felipe se associou a Chapecoense em 2009, já comprou umas 30 camisetas do time, e começou a viajar com muita frequência para ver a Chape jogar.
“Gosto muito de viajar, então assistir a Chapecoense também me propicia conhecer outros lugares e pessoas. Minha meta é conhecer todos os grandes estádios do Brasil. Agora faltam pouquíssimos, como o São Januário, no Rio de Janeiro”, conta Felipe, que ao fazer uma conta rápida consegue lembrar de 24 estádios já visitados no Brasil e exterior, totalizando em torno de 50 mil quilômetros rodados, ou seja, pelo menos uma volta na Terra dentro de ônibus ou avião para ver a Chape jogar.