“Daqui a 50 anos as pessoas vão lembrar de tudo que está acontecendo no clube”, disse o ex-goleiro da Chapecoense, Danilo Padilha, em sua última entrevista na Arena Condá, 23 em novembro de 2016. A gravação ocorreu há exatos cinco anos, um dia após o Verdão do Oeste conquistar a vaga para a final da Copa Sul-Americana, em um emocionante confronto com o San Lorenzo da Argentina.

Danilo, que era ídolo da torcida alviverde, foi entrevistado pelo comentarista esportivo da NDTV, Sérgio Badalotti, em frente a trave em que defendeu o último gol, aos 48 minutos do segundo tempo, na semifinal contra o San Lorenzo.
Bada conversou com o ex-goleiro sobre a conquista da vaga na final da Copa Sul-Americana e o bom momento que ele e o clube viviam. O jogo, contra o Atlético Nacional, na Colômbia, estava marcado para o dia 30 de novembro de 2016.
Porém, no dia 29 de novembro de 2016, às 21h59, no horário da Colômbia, — 02h58 no horário de Brasília — um acidente fatídico impediu que a bola rolasse. Danilo e outras 70 pessoas morreram após o avião em que estavam cair em Medellín. O grave acidente causou comoção internacional.
Entrevista com o goleiro Danilo, da Chapecoense – Vídeo: NDTV/ND
Grande momento 5w661e
“É um grande momento. O melhor da minha carreira, do clube e da cidade. Temos que curtir, mas começar a se concentrar e focar na final. Na final tudo pode acontecer. Nós não chegamos por acaso. As chances de sermos campões são muito grandes”, disse Danilo durante a entrevista.
Bada questionou o ex-goleiro sobre a defesa histórica que levou o time à final da Sul-Americana. “Foi um lance muito rápido, praticamente o último do jogo. A bola sobrou para o zagueiro no bate e rebate. Se ele capricha um pouquinho ele ia fazer o gol, porque estava muito próximo. Graças a Deus ele chutou fraco e no meu raio de ação. Se fosse um pouco para o lado eu não ia conseguir fazer a defesa e injustamente nós não iríamos para a final. Porque fizemos por merecer estar na final. Foi muito justa a nossa classificação”, acrescentou o ex-jogador.
Por estar no auge de sua carreira, Danilo foi sondado por muitos clubes, mas tinha o desejo de permanecer na Chapecoense. “Tenho mais dois anos de contrato. Estou com a minha cabeça boa, pensando só na final. Não sei dizer o que me tiraria da Chapecoense. Estou muito feliz aqui e minha família também e isso conta muito para mim”, afirmou.
Um presente especial 1s2r38
Antes da entrevistar terminar, Danilo recebeu das mãos de Bada um presente de uma torcedora fanática. Iracema Badalotti, mãe do comentarista, enviou um bilhete com um rosário. Para Danilo, o carinho das pessoas servia de motivação, principalmente o das crianças.
Veja abaixo o que dizia o bilhete:
“Querido amigo, Danilo! Que esta pequena cruz te ajude a vencer as dificuldades da sua vida. Um carinhoso beijo e um grande abraço também para sua família.” (Iracema Badalotti)
Quatro anos do adeus 4m1s3x
O avião da empresa LaMia, que levava a equipe completa da Chapecoense, jornalistas e convidados, caiu em Medellín. Foram 71 vítimas fatais e seis sobreviventes, entre eles os jogadores Neto, Alan Ruschel, Jakson Follmann e o jornalista Rafael Henzel, que morreu em março de 2019, em Chapecó, após um mal súbito durante uma partida de futebol. Além dos quatro sobreviventes brasileiros, os tripulantes Ximena Suárez e Erwim Tumiri.

Na próxima segunda-feira (29), a tragédia que comoveu o mundo completa cinco anos.