O treinador Mozart foi jogado na boca dos leões e não resistiu. Está fora da Chapecoense. Um dia depois de perder o título do estadual e a dois dias antes da estreia do Brasileiro da série A, a diretoria em “comum acordo” optou pela sua saída. Quando ilustrei como um técnico jogado na boca do leões, não quis me referir especificamente ao Avaí, conhecido como Leão da Ilha, e sim, a situação criada pela própria diretoria do time do Oeste: erraram ao contratar o técnico. O seu perfil difere do ex-treinador e vencedor Humberto Louzer. Se precipitaram. A diretoria novamente errou ao não fazer a correção de “rota” no momento em que até os peixes do rio Uruguai sabiam que o treinador havia desmontado a forma de jogar vencedora até então da equipe. A Chapecoense foi indo aos “trancos e barrancos” até chegar a final diante do Avaí. Sofreu para ar pelo Hercílio Luz. Só ou pelo fraco time do Figueirense por causa da vantagem adquirida de dois resultados iguais. Venceu o Marcílio Dias em Itajaí, e bem, é verdade. Mas no jogo da volta foi um sofrimento. Após a decisão e a perda do título na tarde de ontem(26) na Arena Condá (e antes no primeiro jogo na Ressacada) para o Avaí, a diretoria errou ao não poupar o técnico das vaias e das ofensas na saída do estádio. Faltou sensibilidade e tato para evitar a cena vergonhosa que rodou o estado. Foi lamentável. Mesmo que os torcedores que ali estavam tinham toda razão do mundo para reclamar, a forma e o jeito acabou sendo vexaminosa. Que clima teria o técnico para prosseguir com o trabalho? Nas circunstâncias e na forma como tratado, nesses poucos dias à frente da Chapecoense, Mozart foi jogado na boca do leões. Coube então, ai sim, ao Leão da Ilha dar a última mordida. Que os envolvidos tenham aprendido a lição, até porque na Série A, não terá só leões, e sim outros bichos. E muitos deles com mordidas mais fortes e mais letais.
