Dentro de campo o Figueirense está envolvido em reta final na Série C do Campeonato Brasileiro onde, no próximo domingo, recebe o São José- RS, às 19h, no estádio Orlando Scarpelli.
Há uma grande decisão, no entanto, agendada para fora dele, neste sábado (30), nas dependências do estádio alvinegro, entre 9h e 17h.
Isso porque sócios do clube terão que autorizar a inclusão do Orlando Scarpelli, entre outros bens, como garantia de um empréstimo bancário que promete dar importante fôlego ao processo de retomada institucional e financeira que acomete o clube.
Atualmente com uma dívida estimada em R$ 180 milhões, o Figueirense contabiliza 942 credores atualmente, entre pendências trabalhistas e cíveis (prestadores de serviços, empréstimos antigos, dentre outros).
A ideia desse empréstimo bancário que já foi aprovado pelo Conselho Deliberativo em assembleia realizada no último dia 12, é deixar de dever para essas centenas de credores e ar a dever “apenas” para o banco. Estima-se que, com desconto, o valor total seja transformado em R$ 70 a R$ 80 millhões.
“O empréstimo só pode evoluir se tiver anuência da assembleia geral. Se nada for feito, basta um desses 942 credores, se não for cumprido o pagamento que consta no plano de recuperação ao final do ano, basta que apenas um entre com uma ação de penhora junto ao estádio Orlando Scarpelli e, aí sim, teremos um problema sério”, explicou, em contato com a reportagem do ND+, o presidente do Conselho Deliberativo do Figueirense, Francisco de Assis Filho.
Ouça o trecho da entrevista onde o presidente Francisco de Assis Filho explica a importância da manobra jurídica:
O empréstimo 3r224d
Com um plano de recuperação extrajudicial, em andamento, o Figueirense quer tirar proveito de uma vantagem: quitar todo o valor devido com um desconto de 60% do valor total.
Essa possibilidade foi aberta a partir desse processo de recuperação onde o Figueirense, em condição de SAF (Sociedade Anônima Figueirense), pode pleitear um empréstimo junto a Jive Investiments.
![Presidente do Conselho Deliberativo do Figueirense [ao centro], falou com a reportagem do ND e explicou a importância da assembleia deste sábado – Foto: Figueirense/Divulgação/ND](https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.ndmais-br.diariodoriogrande.com%2F2019%2F09%2FWhatsApp-Image-2019-09-23-at-10.35.11-2-800x600.jpeg)
“O Figueirense transferiu para sua SAF a atividade de futebol, tanto profissional como de base. O Figueirense continua dono de 100% das ações da SAF e, por meio dela, é possível ir conseguir um recurso para fazer frente a esse propósito de pagamento”, explicou o presidente do Conselho.
Dessa forma, para conseguir ter a garantia junto a esse empréstimo, é preciso que o clube avalize suas ações – e aí está incluído o estádio – para que o dinheiro seja angariado.
Questionado sobre a estrutura do empréstimo e como deve funcionar o pagamento do Figueirense, junto ao banco, o presidente Chiquinho explicou que o contrato está “em vias de produção” e, dessa forma, há uma negociação por trás sem maiores definições uma vez que, para avançar nas tratativas, é preciso esse referendo por parte dos sócios.
“Rigorosamente favorável”, diz Norton Boppré 4y1b4k
A reportagem do ND também conversou com Norton Boppré, na condição de presidente do Conselho istrativo do Figueirense, que falou com otimismo tanto da assembleia quanto da negociação que poderá ser realizada a partir do aval – também – dos sócios.

“Foi o caminho que nos encontramos para viabilizar essa operação. O plano de recuperação extrajudicial nos dá um prazo para quitar nossos credores e temos que cumprir rigorosamente essa obrigação. Eu vejo como mais um o para a recuperação do clube”, explicou Boppré que se declarou “rigorosamente favorável”.
Sócios aptos 1h1x4s
Estima-se que 500 sócios estão aptos a definirem pela viabilização da operação. Norton, ainda em entrevista concedida, fez questão de lembrar que trata-se de uma definição que consta no estatuto do Figueirense Futebol Clube.
O número de aptos a votarem está, principalmente, pelo “ponto de corte” que indica sócios patrimoniais e com adimplência ininterrupta nos últimos oito anos.
A votação pode ser realizada das 9h às 17h, na sede do clube. A escolha, como é considerada “sigilosa”, só pode ser feita presencialmente e, dessa forma, não há como fazer por procuração ou pela internet.