
No Brasil, a produção de eletricidade por termelétricas é reduzida se comparada às demais fontes e destina-se basicamente à complementação de carga ou geração em sistemas isolados. Entretanto, essa demanda de energia reprimida viabiliza a instalação de usinas termelétricas, principalmente as movidas à biomassa.
Dentre as matérias-primas da biomassa, existem algumas que ainda não são plenamente exploradas. Entre elas estão a casca de arroz e o óleo de palma. O primeiro subproduto, abundante na Região Sul do Brasil. O segundo, na Região Norte. Da abundância dessas matérias-primas ou até mesmo da inutilização das mesmas, empresas resolveram oferecer um fim mais sustentável e inteligente para esses materiais.
Como parte da estratégia de apostar no desenvolvimento de projetos sustentáveis para aproximar suas práticas aos princípios ESG, a Nova Engevix tem se engajado em projetos de geração de energia por usinas termelétricas, apostando na casca de arroz e no óleo de palma.
São duas usinas termelétricas movidas à óleo de palma sendo construídas no estado de Roraima, em parceria com a Brasil Bio Fuels (BBF). O óleo da palma que será utilizado para a geração de energia nas usinas é resultado da agroindústria local. A palma é plantada em mais de 5,4 mil hectares na cidade de São João da Baliza, seguindo o Programa Federal de Produção Sustentável de Óleo de Palma (PSOP), criado em 2010 pelo Ministério da Agricultura para promover o reflorestamento e garantir o cultivo apenas em áreas que se encontravam desmatadas antes de 2007.

Com a usina termelétrica, é possível ter um aproveitamento quase total da palma, extraindo o óleo e a biomassa do fruto para utilização como combustível na geração de energia. A utilização de fontes renováveis é urgente para Roraima. É o único estado que não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN). E, desde que a Venezuela parou de fornecer energia à unidade federativa por conta da crise do País, a energia que abastece essa população ou a ser produzida majoritariamente com óleo diesel, extremamente poluente.
A segunda estratégia da Nova Engevix é construir uma usina termelétrica movida à casca de arroz no Rio Grande do Sul e, posteriormente, vender o ativo. É um projeto com 5 MW que ainda se encontra no papel, mas que tem forte potencial. Entre as unidades da federação, o Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz em casca do Brasil. Segundo a Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE, o estado registrou no período 2018 a 2020 uma produção de 7.775.850 toneladas em média do grão.
O projeto pretende oferecer um fim produtivo e sustentável para a casca de arroz. Ela leva 5 anos para se decompor e, quando inutilizada, é descartada a céu aberto. Na maioria dos engenhos de arroz, quase todo o resíduo tinha como destino as lavouras e o fundo de rios, configurando um descarte prejudicial e criminoso. Adicionalmente, o subproduto emite gás metano, com poder de efeito estufa 21 vezes maior que o dióxido de carbono.