Você certamente já viu as imagens de duas mulheres “atoladas” na praia Central de Balneário Camboriú, mas você entendeu o que causou a cena? O local onde as duas quase afundaram estava interditado por ser a parte em que a obra ainda está sendo executada, portanto, não era seguro.
A sensação de “areia movediça” acontece porque a areia transportada pela draga Galileo Galilei vem misturada com água, causando uma lama, de acordo com Toni Frainer, engenheiro e um dos fiscais municipais da obra, o processo é natural e dura de um a dois dias para que o solo fique firme novamente.

“Quando a draga capta a areia da jazida, esse material vem misturado com água, criando uma lama. Esse processo é necessário para evitar a formação de bolsões na areia. Depois de ser transportada até a orla, a área precisa ficar de um a dois dias isolada, para que a água evapore e o solo fique seco e mais firme”, explica Toni.
O processo de secagem e escoamento da água é o que faz com que a tonalidade da areia fique mais clara ao longo do tempo, fato que também gerou polêmica e repercutiu já no início da obra.
“Para clarear temos que considerar alguns fatores tais como as condições climáticas, pois ela vem misturada com água e consequentemente mais escura. Além disso, a movimentação do maquinário acaba por compactar a areia devido a saturação do solo com excesso de água, formando uma lama”, explica a secretária de Meio Ambiente do município Maria Heloisa Lenzi, .
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Por meio de nota, a prefeitura de Balneário Camboriú informou que a Praia Central não está liberada ao público no trecho que vai da rua 4.000 até pouco antes do Pontal Norte, onde a obra de recuperação se encontra atualmente.

Esta área é onde a dragagem da areia, que vem da draga Galileo Galilei, está sendo executada, ainda de acordo com a prefeitura, episódios de atolamento na areia podem ocorrer a quem invadir o canteiro de obras, pelo fato da estabilização do solo ainda estar sendo feita nesse trecho interditado, demarcado e sinalizado.
Relembre o caso 2i3m4n
A secretária executiva, Rosa de Fátima Viegas, de 59 anos, lembra com risadas os momentos de “sufoco” que ou na manhã da última terça-feira (26) na praia Central de Balneário Camboriú. Ela e outra mulher ficaram presas na nova areia do alargamento da praia, nas proximidades da Praça Almirante Tamandaré.
Um pouco antes de ficar “atolada” na areia com a outra mulher, a moradora da Barra Norte, em Balneário Camboriú, diz que já havia ficado com os pés presos na areia, mas foi orientada a seguir caminhando pelo local.
Vídeo mostra mulheres sendo resgatadas – Vídeo: Reprodução/ND
Com receio de afundar novamente, a mulher começou a retornar para a calçada. No caminho, a secretária ouviu pedidos de ajuda. “Moça me ajuda. Me ajuda!”, relata.
Ao chegar próximo para verificar o que estava acontecendo, Rosa diz que encontrou uma mulher caída e com a cabeça quase que coberta pela areia. Mas ao tentar ajudar, começou a afundar também.
Rosa afirma que tentou manter a tranquilidade e acalmar a outra mulher que pedia por ajuda. Quando o guarda-vidas chegou para socorrer, a mulher tentou alertar o oficial para não se aproximar, pois sabia que ele também iria afundar na areia.
“Parecia que eu estava cimentada na areia, eu não conseguia mexer”, afirma. Depois dos momentos de desespero, Rosa diz que o ocorrido serviu de “lição” para que outras pessoas tomem cuidado ao caminharem no local.