
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis autorizou, na quarta-feira (4), a execução de obras para melhorar a navegabilidade do Canal da Barra da Lagoa. Os reparos devem ocorrer ainda durante a safra da tainha, que vai até 31 de julho.
A obra é mais um o rumo à concretização de um desejo antigo dos pescadores da bacia da Lagoa da Conceição: o desassoreamento do canal, o que também daria respiro à Lagoa.
Este procedimento, porém, requer estudos mais aprofundados e licenças ambientais, devendo acontecer somente no futuro. A prefeitura ainda busca as licenças ambientais necessárias para o desassoreamento total do canal.
O secretário do Meio Ambiente, Alexandre Waltrick, explicou que a Subsecretaria de Pesca informou à Defesa Civil a urgência dos pescadores, por causa da dificuldade de navegação dos barcos no local. Diversos deles estão encalhando em bancos de areia muito altos que há no trecho.
Em 15 de maio, por exemplo, o pescador Elizandro Eli Albino ia da Costa da Lagoa em direção à Barra, mas encalhou no meio do percurso. Foram 30 horas de agonia até que outros pescadores ajudaram a remover o barco.

Na última terça-feira (3), um barco de seis toneladas não conseguiu entrar no canal. Ontem, uma das embarcações do rancho do Gravatá, ainda vazia, teve grandes dificuldades para ar pelo local.
“Mesmo com o barco vazio foi difícil, ficamos com o fundo encostando no chão, quase encalhando. É assim todos os dias”, contou o pescador Vitor Eich Pereira, que celebrou a notícia de intervenção de urgência no canal.
Obras no Canal da Barra da Lagoa: trabalho inicial prevê aumento do calado p5z4g
Nesta primeira intervenção, estão autorizadas atividades técnicas para abrir o canal, como a retirada de areia, deixando o calado suficiente para as embarcações arem e colocando a areia para o lado, a fim de melhorar a fluidez do Canal da Barra da Lagoa.
A documentação foi assinada na tarde de quarta-feira pelo secretário do Meio Ambiente. Os próximos os, agora, competem à Secretaria de Infraestrutura. Alexandre Waltrick destacou que é preciso mais tempo para fazer o desassoreamento.

“É mais completo e mais complexo. O que temos agora é a autorização que a legislação permite, dentro de uma situação de urgência, fazendo o necessário para o canal voltar a funcionar e, de preferência, até que a gente possa analisar e autorizar a obra maior.”
Os demais órgãos do município foram acionados, a exemplo da Subsecretaria da Pesca e da Infraestrutura, porém, nesta fase, as informações se concentram na Secretaria do Meio Ambiente.
O município também não detalhou os prazos do serviço, mas disse que, entendendo a importância do atual período para os pescadores da região, vai executar o trabalho o mais rápido possível.
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Na edição do dia 19 de março, uma reportagem do Jornal ND apontou os problemas causados pelo assoreamento do Canal da Barra da Lagoa e como isso estava afetando a atividade econômica.