
Quando não é possível realizar o sonho de ter uma casa própria, muitas vezes o caminho lógico é buscar uma locação. Isso vale para uma pessoa comum e, acredite se quiser, até mesmo para uma empresa pública.
No caso da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), a saída sinalizada pela sua nova gestão para arrumar dinheiro é a locação de ativos. O que é isso?
O modelo nada mais é do que a companhia de saneamento entrar com a cessão do terreno para uma empresa privada investir na construção da estação de tratamento. Após 20 anos de operação, sob a supervisão da Casan, o parceiro comercial devolveria o ativo para a companhia após a recuperação do investimento feito no empreendimento.
A Sabesp, companhia de saneamento de São Paulo, uma das cinco maiores do mundo no setor, há uma década se vale desse tipo de consórcio para fazer o sistema de esgoto de seus municípios operados avançar. O mesmo ocorre com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), entre tantas outras empresas do segmento.
A locação de ativos é uma das alternativas para que o Estado tenha fundo de caixa e atinja 99% da população com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgotos até 2033 conforme determina o Marco Legal do Saneamento.
Quatro ETEs em quatro anos 1s591n

No caso de Floripa, por exemplo, para ampliar o serviço de esgotamento sanitário oferecido à população da Capital e atingir a meta nos próximos quatro anos, o plano é construir mais quatro ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto).
Enquanto a parceria comercial é costurada, a Casan promete entregar em agosto a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) dos Ingleses e Santinho, que está há seis anos em obras.
A obra chegou a ser paralisada por cerca de 5 meses em 2021 por conta de um problema judicial com uma das empresas de engenharia. O custo da ETE está em torno de R$ 107 milhões, valor financiado junto à Jica (agência japonesa de investimentos.
Assim que estiver em operação, o equipamento terá capacidade de tratar 105 litros de esgoto por segundo em nível terciário. São 58 quilômetros de rede instalada, além de estações elevatórias.
Outra frente é a Estação de Tratamento Insular de Florianópolis, que a por ampliação para aumentar a capacidade de tratamento de esgoto de 296 litros por segundo para 612 L/s.
Atualmente 75,98% das edificações da área urbana da Capital possuem esgoto tratado nas ETEs. A expectativa da Companhia é estender a infraestrutura de saneamento para 91,88% da população urbana até 2025.