‘Inunda tudo’: engenheiros revelam motivo para escoamentos não darem conta da chuva em SC 2o423d

Profissionais explicam como as estradas podem ficar alagadas com a chuva e porque, de fato, o escoamento muitas vezes não funciona 493p2r

As fortes chuvas em Santa Catarina deixam mais uma dúvida nos catarinenses, afinal, como as estradas não escoam as águas após tempestades? Para responder este questionamento, o portal ND+ buscou o comitê de crise sobre este tema do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) nesta sexta-feira (17).

Estradas chuvas estragam rodovia No bairro Budag, em Rio do Sul, a cheia é intensa e causa prejuízos nesta sexta-feira (17) – Foto: Gabriela Szenczuk/NDTV

Só para se ter uma ideia, em Tubarão, na região Sul do Estado, as chuvas registradas foram de 80 a 110 mm, de acordo com o boletim da Defesa Civil de Santa Catarina. O que, segundo os engenheiros, contribui para problemas nas estradas.

Na manhã desta sexta-feira, outro problema foi registrado. Em Biguaçu, na Grande Florianópolis, o volume de chuvas gerou um deslizamento. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, a pista precisou ser interditada na SC-407 pelo acúmulo de água.

Escoamento das águas da chuva? 2l5z3a

Segundo o Crea, o escoamento de águas pluviais em rodovias não é somente uma preocupação catarinense, mas sim global.

“A função principal das rodovias é o tráfego de veículos com segurança e para que isso ocorra é imprescindível um sistema de drenagem, responsável por evitar o acúmulo de água sem prejudicar o desempenho dos carros na estrutura do pavimento”, escreve o Conselho.

Segundo o comitê de crise, criado após as fortes chuvas do Estado em setembro, muitas rodovias têm como projetos originalmente o atendimento às necessidades da época de construção. Assim, a falta de planejamento e manutenção específica causa impactos nas estradas.

Estradas são impactadas por chuvas em Santa Catarina Cidade já contabiliza vários pontos de alagamentos e algumas ocorrências de deslizamentos – Foto: Defesa Civil/Divulgação ND

No entanto, os profissionais ressaltam: não é possível deixar “de fora” desta conta o volume de chuvas em curto período de tempo.

A resposta do conselho finaliza enfatizando que é preciso manutenção preventiva adequada nas rodovias, justamente para evitar que as chuvas gerem tantos transtornos como o fechamento das estradas e rompimento de asfalto, por exemplo.

Como o asfalto se rompe com a chuva? 6t26z

A água da chuva, ao infiltrar-se em fissuras e rachaduras já existentes no asfalto, enfraquece a estrutura. Além disso, chuvas intensas contribuem para a erosão do solo ao redor das estradas, especialmente próximo às bordas, resultando em depressões ou buracos.

A combinação da chuva com o tráfego veicular acelera o desgaste do asfalto, já que a água pode se infiltrar nas rachaduras formadas pelo tráfego constante, levando à expansão dessas fissuras. Em regiões com congelamento da água da chuva, o ciclo de congelamento e descongelamento pode criar mais tensão nas superfícies da estrada, contribuindo para a formação de buracos.

O que diz o Estado? 8v1j

Segundo a Secretaria de Infraestrutura do Estado, responsável pela manutenção das rodovias, a manutenção nas rodovias é constante.

“O Programa Estrada Boa, por exemplo, está em curso apesar dos eventos climáticos extremos desde o começo de outubro. Ele contempla esse ponto específico nas rodovias englobadas pelo programa. Nossa prioridade agora é liberar pistas e assim que o tempo permitir resolver as situações mais críticas de forma emergencial”, explica a pasta.

Este programa impacta diretamente 200 municípios e abrange 600 locais.

Segundo o órgão, há sim contratos emergenciais para que as pistas sejam limpas, arrumadas, e afins, mas ite que, em alguns casos, podem haver vácuos entre os contratos emergenciais e novas empresas assumirem os serviços.

O buraco de 10 metros 64954

Há pouco mais de um mês, no dia 9 de outubro, após dias de chuva, uma parte do asfalto da SC-418 cedeu e criou um enorme buraco de 10 metros na rodovia durante a madrugada. O trecho atingido fica em São Bento do Sul, no Planalto Norte de Santa Catarina. A via precisou ser parcialmente interditada.

Buraco na via após fortes chuvas em Santa Catarina Terra cedeu e abriu buraco na via – Foto: Prefeitura de São Bento do Sul/Divulgação

Qual a solução? 283f18

Uma das soluções apontadas pelo comitê de crise do Crea é a presença de sistemas de retenção de águas, como lagoas de retenção em diversas rodovias.

Essas lagoas de retenção em rodovias são áreas especialmente projetadas para guardar a água da chuva. As construções são como piscinas gigantes ao lado da estrada.

Quando chove muito, em vez da água escorrer pela estrada e causar problemas, ela vai para essas lagoas. É como se as lagoas “segurassem” a água por um tempo, evitando enchentes na estrada.

Depois, aos poucos, a água vai saindo dessas lagoas de forma controlada. É uma maneira de lidar com a água da chuva para manter as estradas mais seguras e prevenir alagamentos.

Outra solução apontada pelo Crea é a promoção de áreas verdes nas cidades, como parques e jardins.

“Essa é uma prática que auxilia na absorção da água da chuva, reduzindo o volume que flui para os sistemas de drenagem. Nisso, o poder público desempenha um papel essencial no desenvolvimento de políticas eficazes para a gestão de águas pluviais, considerando a retenção e o direcionamento adequado da água”, reforça.

O Conselho ressalta ainda a importância de um planejamento urbano sustentável onde a engenharia tenha práticas que levem em conta a topografia, o uso do solo e o impacto das construções nas condições de drenagem.

Planejamento urbano sustentável 1o47d

Em um planejamento urbano sustentável, as cidades podem ser projetadas pensando no bem-estar atual e futuro das pessoas. Isso inclui não só a criação de parques, como o uso de calçadas largas e ciclovias incorporadas para promover um estilo de vida ativo e reduzir a dependência de carros, contribuindo para a saúde da população e a diminuição do tráfego.

Outro importante ponto neste planejamento são os sistemas eficientes de reciclagem e coleta seletiva de lixo. Em tese, estes sistemas são implementados para minimizar a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários.

Investimentos em transporte público, como ônibus e metrô, também ajudam a construção de uma cidade mais sustentável. Nela, as políticas públicas visam reduzir a emissão de poluentes do transporte individual.

Em resumo, para crescer dessa forma os engenheiros/arquitetos e poder público precisam planejar levando em conta as características naturais da região para evitar construções em áreas propensas a desastres naturais.

A participação comunitária é valorizada neste tipo de crescimento, garantindo que as decisões de planejamento reflitam as necessidades e desejos locais.

Além disso, a preservação de áreas históricas e culturais é incorporada, mantendo a identidade única da comunidade.

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