Há anos Florianópolis sofre com enchentes em dias de chuva, com prejuízos causados pela combinação do volume de água com a falta de drenagem. O assunto foi tema do evento Super 17, que comemora os 17 anos do Jornal ND. O encontro deixou claro que o saneamento básico deve ser prioridade na cidade.
Evento discute saneamento básico em Florianópolis e recursos hídricos – Foto: Léo Munhoz/ND
Já de acordo com o coordenador de Meio Ambiente do Movimento Floripa Sustentável, Emerilson Gil Emerim, o problema em Florianópolis existe em função do número de áreas irregulares.
“Estabelecemos no plano diretor de 2014, um plano de drenagem urbana. Precisamos estar preparados para as mudanças climáticas. As áreas irregulares hoje são o maior problema para a questão, pois não conseguimos instalar drenagem urbana nesses locais”, fala Emerim.
Bruno Muehlbauer, diretor executivo de Desenvolvimento da Veolia, explica que a drenagem é um reflexo de outras ações de saneamento básico, como a coleta de resíduos.
“Quando o manejo de resíduos e a limpeza urbana não é bem feita, ela atrapalha as questões de drenagem. Então além das questões de saúde pública, o saneamento básico de modo geral é inter-relacionado. Se a gente não faz bem uma coisa, não faz bem as outras”, explica Muehlbauer.
Sobre a temática, Bruno Vieira, Superintendente do Saneamento Básico da Prefeitura de Florianópolis, diz que a cidade é referência na gestão de resíduos.
“Hoje somos referência nacional na temática resíduos sólidos, temos índices que nenhuma outra cidade do Brasil tem. Os serviços oferecidos à população como ecopontos e coleta de orgânicos, nos colocam na ponta quanto ao índice de desvio do aterro sanitário. Hoje nós recuperamos mais de 12% de todos os resíduos produzidos no município”, fala.
Falta de drenagem pluvial é associada à doenças i6q2g
No último ano Florianópolis ou por uma epidemia de diarreia após a poluição das águas na cidade.
De acordo com o Ministério da Saúde, quando há a ocorrência de incapacidade do sistema de drenagem urbana e problemas com acúmulo de água, surgem as doenças consequentes desse novo cenário não ideal, como a diarreia, leptospirose, cólera e amebíase, que tendem a eclodir em surto.
Microdrenagem pode ser a solução, aponta especialista 3v1h4v
Segundo Emerim, a microdrenagem pode ser a solução dos problemas com drenagem da Capital.
Microdrenagem são estruturas que, inicialmente, coletam as águas de chuva nas áreas urbanas, formadas por bueiros e tubulações secundárias de menor diâmetro, e por um sistema de Macrodrenagem – conjunto de galerias de águas pluviais, canais artificiais e canais naturais modificados – localizados em fundos de vale, que se constituem nos grandes troncos coletores das águas de chuva em áreas urbanizadas ou em processo de urbanização.
“É a solução para os problemas das enchentes da cidade”, afirma Emerim.
