A esperança é restabelecida e a imagem de um labrador correndo feliz em um campo de girassóis invade o pensamento quando mulheres se unem em prol de outra mulher. Esse é o sentimento da semana ao ver a internet meter a colher no caso da Titi Müller.

Em entrevista ao UOL, a apresentadora revelou que está proibida de falar nas redes sociais sobre o ex e pai de seu filho, Tomás Bertoni. Não demorou muito e os internautas, principalmente as mulheres, colocaram em ação a frase: se ela não pode falar, nós falamos por ela. E aí, amigos e amigas, o silenciamento se virou contra o silenciador.
A Titi Muller foi proibida na Justiça de falar na internet que o ex-marido dela, Tomás Bertoni, a agredia. Bertoni é filho de ex-ministro e integra a banda Scalene. Então, vamos todos ficar quietos e não contar que o Tomás bateu nela.
— Tatiana Farah (@tatifarah) February 23, 2023
Uma enxurrada de posts foram feitos a respeito da decisão judicial que, frisam as advogadas de Titi, é inconstitucional. Para quem tinha a intenção de calar a mãe de seu filho, viu a notícia viralizar no mundo digital. É para isso que pago internet.
Muitas vezes, os homens que silenciam mulheres são os mesmos que cometem violência dentro do relacionamento. O caso de Titi comprova essa tese. Ela sofreu agressão física e psicológica de Tomás durante o relacionamento e depois do divórcio. E para não perder a imagem de bom moço e atingir a moral, ele recorreu à Justiça para desqualificá-la.
Não é de hoje que o judiciário brasileiro se mostra favorável aos homens. Imagine: uma mulher que sai de um ciclo violento e que finalmente consegue falar sobre, se vê sendo novamente calada, mas desta vez por um novo autor.
Para uma mãe decidir expor os horrores vividos pós-divórcio é porque todas as tentativas de resolução pacífica já foram esgotadas. Ao contrário do que muita gente pensa, enfrentar uma batalha judicial é o que menos quer uma mãe. Desse imbróglio ninguém sai feliz, no mínimo sem saúde mental, inclusive o filho. Entretanto, quando a situação chega a um nível inável, calada é que não dá para ficar.
É louvável a coragem de mães em expor os absurdos do lado paterno nas redes sociais. Quanto mais Titis, Luanas, Danis abrindo a boca, mais força outras mulheres sentem para se expressar também e ir atrás de seus direitos.
Muitos homens não toleram mulheres questionadoras. Para manter a dominação, eles a silenciam e a taxam de louca. Quanto menos se fala, mais se violenta. Sendo assim, enquanto houver alianças entre agressores, que as mulheres continuem gritando pela vítima silenciada.