Estabelecimentos de Florianópolis vítimas do polêmico caso das alterações de nomes no iFood, que se deu em diversas cidades do país durante a terça-feira (2), somam prejuízos financeiros.
É o caso do BeCool Burger and Shake, restaurante que teve o nome trocado para “VACINA MATA” em pleno horário de pico em um feriado. O transtorno durou cerca de 3h.

“Até o momento em que aconteceu o problema do iFood, tínhamos 18 pedidos concluídos”, afirma o gerente do BeCool, Gustavo Vieira.

Ele lamenta que o episódio ocorreu justamente no horário mais movimentado do restaurante na plataforma.
“Nosso melhor horário de venda é de 20h às 23h, que é justamente o momento em que rolou. Nessa janela de horário nós não recebemos mais nenhum pedido”, revela.
Vieira explica que o iFood não mostra os horários exatos da alteração no nome até a normalização, mas os responsáveis perceberam a mudança exatamente no período citado.

Além disso, eles ainda não chegaram a estimar o tamanho do prejuízo financeiro.
“Por ser feriado é difícil ter uma base exata, porque em dias de semana normalmente o delivery é mais fraco”, esclarece Gustavo Vieira.
Segundo o gerente, a somatória dos 18 pedidos até às 20h é um número normal para dias de fim de semana, quando o movimento é mais intenso.
Por conta do ocorrido, os responsáveis pelo estabelecimento se preocuparam, ainda, em explicar a situação nas redes sociais.
“Nós explicamos no Instagram o que ocorreu. Aproveitamos para colocar um gif ‘VACINA SALVA’, já que colocaram ‘vacina mata’ na nossa loja. Todos os funcionários estão imunizados, aliás”, reforça o gerente.
“Não compactuamos com opiniões políticas em nossa rede social”, diz o comunicado publicado em um storie do Instagram.
Prejuízo em pizzaria 3v57w
Outro restaurante que foi afetado na noite desta terça foi o Baita Pizza. O responsável, Raúl de Aguiar Jr, pontua que a situação certamente provocou problemas para as vítimas, mas seu caso específico foi menos grave.
“Sim, com certeza houve prejuízos. Mas no meu caso nada muito significativo, temos pouca demanda no iFood”, diz. O Baita Pizza teve o nome alterado para “BOLSONARO 2022”.
“No horário que aconteceu, eu devo ter perdido entre três e quatro pedidos, mesmo assim alguns clientes ligaram pra nós dizendo que não estavam nos achando na plataforma”, complementa Raúl.
O responsável pela pizzaria estima que perdeu entre R$ 300 e R$ 400 de faturamento na ocasião. Quanto à possibilidade de entrar com ação judicial contra o iFood, ele nega, e diz que provavelmente essa não será uma atitude muito comum. “Não, e acredito que poucos faram com medo de perder o o à plataforma”, conclui.
Entenda o ataque ao iFood 3o4d3
O iFood garantiu, ainda na noite de terça-feira (2), que a troca de nomes de restaurantes de cidades de Santa Catarina e de outros Estados não foi um ataque hacker, mas um problema interno. Os insultos políticos surgiram por volta das 21h.
Conforme a plataforma, o problema foi causado por um funcionário de uma empresa prestadora de serviços de atendimento, que ajustou informações cadastrais dos estabelecimentos de forma indevida.

Frases como “petista comunista”, “vacina mata”, “Lula ladrão” e “Bolsonaro 2022” foram escritos na plataforma. A vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, também foi insultada a partir da alteração de dados de restaurantes parceiros.
A plataforma informou que o o da prestadora de serviço foi imediatamente interrompido, e os nomes dos restaurantes estavam sendo restabelecidos por volta da meia-noite. Cerca de 6% dos estabelecimentos foram afetados.
As imagens com os nomes alterados circularam pela internet, com a suspeita de que o aplicativo havia sido hackeado. Entre os Estados que foram alvo estão Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Norte.
Dados dos clientes estão seguros 4s565
Em relação aos dados dos usuários, a iFood afirma que os meios de pagamento dos clientes estão seguros. “Os dados de meios de pagamento não são armazenados nos bancos de dados do iFood, ficando gravados apenas nos dispositivos dos próprios usuários, não tendo havido comprometimento de dados de cartões de crédito”, explicou em comunicado.
O incidente foi causado por meio da conta de um funcionário de uma empresa prestadora de serviço de atendimento que tinha permissão para ajustar informações cadastrais dos restaurantes na plataforma, e que o fez de forma indevida.
— iFood (@iFood) November 3, 2021
Além disso, diz que “não há qualquer indício de vazamento da base de dados pessoais de clientes ou entregadores cadastrados na plataforma”.