O PJSC (Poder Judiciário de Santa Catarina) lançou, no começo de agosto, um programa de proteção às mulheres e de enfrentamento da violência doméstica e familiar contra servidoras do Judiciário catarinense. O programa leva o nome de Indira Mihara Felski Krieger, técnica judiciária de 35 anos lotada na comarca de Itajaí, morta em janeiro deste ano.

O Programa Indira: pelas mulheres do PJSC ganhou ainda uma página exclusiva com explicações detalhadas de como funciona e quais são seus principais objetivos.
“Espero que todas e todos que compõem o Poder Judiciário de Santa Catarina não se esqueçam de Indira Felski e Cleci Zeppe”, disse a juíza Naiara Brancher, cooperadora técnica da Cevid (Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar). Cleci Kehl Zeppe era servidora terceirizada da comarca de Dionísio Cerqueira, e também foi assassinada em janeiro.
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“Nomear o programa com o nome de Indira é, ao mesmo tempo, uma homenagem e também um alerta do quão perto a violência contra a mulher pode estar de qualquer uma de nós”, pontua Brancher.
Sob o comando da Cevid e do NIS (Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional), do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina), a ação deve implementar uma política institucional de prevenção e de medidas de segurança voltada ao enfrentamento da violência doméstica contra trabalhadoras do Judiciário. “É importante destacar que todos os atendimentos serão feitos sob sigilo”, pontua a servidora Michelle de Souza Gomes Hugill, da Cevid.

Além do acolhimento feito pela Coordenadoria, o NIS fará boletins de ocorrência e análise individual do risco, podendo até providenciar eventuais pedidos de medidas protetivas, escolta, vigilância, acompanhamento e monitoramento de mídia social. A vítima sairá atendida, com o contato da equipe para qualquer emergência e ainda poderá ser incluída na Rede Catarina da Polícia Militar.
Ações preventivas por meio de campanhas e encontros presenciais para debater o tema também estão previstos no Programa. A iniciativa é fruto da Recomendação 102/2021, do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Evento de lançamento marcado pela emoção 6f233m
Durante o lançamento do programa, a emoção se fez presente nas homenagens. “Espero que este projeto ajude as mulheres, as proteja, previna a violência e sirva para evitar que outras mães em pelo que estou ando”, disse Ana Maria, mãe de Indira.
“Vamos dar o nosso coração e a nossa alma para que isso não ocorra novamente”, afirmou a desembargadora Salete Sommariva, responsável pela Cevid. “Este é um evento único, histórico, e mostra que, apesar de termos caminhado muito na luta contra a violência, precisamos caminhar mais, avançar sempre mais”.
Nesta mesma linha posiciona-se o presidente do TJ, desembargador João Henrique Blasi: “Este programa é um marco e traduz o nosso mais íntimo desejo de prevenir e combater a violência, e espero que, em outra oportunidade, estejamos aqui reunidos para celebrar os frutos positivos deste projeto”.