Sentir que está sendo observado ou receber muitas mensagens pode ser algo comum, mas ser perseguido continuamente pode ser perigoso. Uma mulher foi presa por “stalking” após perseguir um médico desde 2019, em Ituiutaba, Minas Gerais.

Conforme a reportagem exibida pelo Domingo Espetacular, no domingo (19), a mulher identificada como Kawara Welch, de 23 anos, se apaixonou pelo médico após ser atendida três vezes por ele em uma unidade de atendimento emergencial.
O médico afirmou que ela dizia: “Uma pessoa não salva a vida de outra três vezes ‘do nada’, algo espiritual entre nós dois deve existir”.
O médico contou que chegou a receber mais de mil ligações por dia. Welch ainda criou um dossiê do médico e de sua esposa, entregando-o a todas as mães da escola onde o filho do casal estuda.

A mulher frequentemente enviava mensagens dizendo que iria cometer suicídio e afirmava que o médico seria o único que poderia salvá-la.
Além disso, o médico e sua esposa registraram 42 boletins de ocorrência por perturbação de sossego, lesão corporal, ameaça e extorsão.
Welck estava foragida desde março de 2023 e foi presa pelos crimes de roubo qualificado e descumprimento das medidas protetivas, conforme a reportagem, no dia 8 de maio, em uma universidade de Uberlândia, onde cursava nutrição.
Stalking é crime no Brasil? 1w3af
Conforme o advogado Maurício Correia, o stalking se tornou crime através da lei 14. 132/2021, o qual é considerado perseguição.
O especialista explica que se o comportamento do stalker evoluir pode colocar a liberdade da vítima em risco.

Sendo assim, a lei tipifica que perseguir alguém por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou invadindo, ou perturbando a privacidade é considerado crime.
O stalker ainda pode ser penalizado com prisão de seis meses a dois anos, e multa, que pode aumentar caso crime seja cometido contra criança, adolescente ou idoso, segundo Correia.