Um novo processo contra Aline da Cunha Souza e Renato Henrique Openkoski, pais de Jonatas, do caso Ame Jonatas, tramita na 2ª Promotoria de Justiça de Camboriú, no Litoral Centro Norte de Santa Catarina.

O promotor Luis Felipe de Oliveira Czesnat lembra que no dia 18 de junho de 2020 foi liberado aos acusados o valor de R$ 5 mil para compra de insumos e leite.
Em 24 de setembro daquele ano foi liberado o valor de R$ 5.237,27 também para custear insumos e leite. Já em 4 de dezembro de 2020 foi liberado o valor de R$ 11.217,71 para pagamentos de energia elétrica, compra de aparelho ar-condicionado e instalação deste, além de insumos.
“Em todas decisões judiciais que determinou a liberação dos valores mencionados foi fixado prazo de 30 dias, a partir de cada ato, para prestação de contas, comprovando a compra dos produtos informados. Contudo, embora intimados diversas vezes para prestação de contas, não as fizeram, descumprindo assim a ordem judicial”, denuncia o promotor de Justiça.
Por causa disso, continua o promotor, Aline e Renato infringiram o Art. 330 (Desobedecer a ordem legal de funcionário público) e Art. 89. (Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa com deficiência).
Entenda os artigos 444n1o
Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa com deficiência:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 330 – Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
Luis Felipe de Oliveira Czesnat fez a denúncia e espera agora que ela seja recebida pela Justiça e que seja também designada uma audiência de instrução e julgamento para interrogatório do casal.
O outro lado 676r2g
A reportagem procurou o casal para falar a respeito desse novo processo. “Referente a essa denúncia infundada e demais assuntos processuais quem cuida são meus advogados. Não vou dar nenhum parecer”, respondeu Renato Openkoski. Perguntado sobre o contato do advogado, não retornou.

Relembre as últimas movimentações da denúncia do caso Ame Jonatas 646q47
O Ministério Público de Santa Catarina já apresentou as alegações finais no processo. Só falta agora o advogado de defesa do casal apresentar as suas.
O promotor Glauco José Riffer, da 5ª Promotoria de Justiça da Comarca de ville, pediu à Justiça que condene Aline da Cunha Souza pelos crimes de estelionato por duas vezes e também pelo crime de apropriação indébita 16 vezes. E condene Renato Henrique Openkoski pelos crimes de estelionato por uma vez e apropriação indébita por 25 vezes.
No decorrer das alegações finais, o promotor fala que a maior parte do dinheiro foi realmente empregada para o tratamento da criança Jonatas Henrique Openkoski. No entanto, segundo o MP, em alguns casos os réus Aline e Renato Openkoski usaram dinheiro das contas da campanha Ame Jonatas para comprar bens e serviços que se destinavam apenas ao bem-estar deles próprios e de familiares, e não ao tratamento de saúde do menino, que acabou morrendo aos cinco anos, em janeiro deste ano.
Entre os bens e serviços citados, estão celulares, peças automotivas, joias, armas de pressão, roupas, móveis, o carro Kia Sportage, além de contratar serviços de academia, alugar quadras esportivas e comprar agens para uma pousada em Fernando de Noronha, um dos destinos turísticos mais caros do país.
“Os bens e serviços descritos na denúncia foram adquiridos com dinheiro da campanha Ame Jonatas. A criança era o beneficiário das doações; não os pais nem demais familiares”, pontuou o promotor de Justiça.
Sobre este processo acima, o advogado Luiz Felipe Bittencourt Winter, que defende o casal, disse vai provar que não houve crime por parte de Aline e Renato e que as acusações do Ministério Público são completamente infundadas e longe da verdade.
“É uma aberração jurídica esse processo”, classificou o advogado. Segundo ele, o Ministério Público apresenta situações no processo que não se sustentam. Compras que não foram feitas com dinheiro da campanha Ame Jonatas. “O MP fala uma coisa e o que apresenta no processo é outra. São várias falhas do MP no processo, erros de procedimentos, falta de atribuição do MP, entre outras”, continua.