Associação que gerencia estacionamento em Florianópolis tem mais de R$ 30 milhões em dívidas 253b29

Dívida milionária da Aflov (Associação Florianopolitana de Voluntários) funciona como uma máquina geradora de novos custos caindo no colo do município 1xz48

A Aflov (Associação Florianopolitana de Voluntários), entidade que gerencia um estacionamento no Centro de Florianópolis, tem um acumulado de dívidas superior a R$ 30 milhões.

Estacionamento da Aflov no Centro – Foto: Nícolas Horácio/NDEstacionamento da Aflov no Centro – Foto: Nícolas Horácio/ND

Os maiores valores correspondem a um Refis (R$ 21 milhões) e dívidas previdenciárias (R$ 9,8 milhões). A associação está prestes a perder sua última fonte de renda e encerrar as atividades, podendo trazer novos prejuízos ao município, que arca com parte das dívidas trabalhistas.

A istração da Aflov, em breve, terá que desocupar o imóvel de 4,6 mil m² na rua Francisco Tolentino, onde fica o estacionamento com 180 vagas, com potencial de arrecadação superior a R$ 100 mil por mês.

Em todas as instâncias, a Justiça determinou a reintegração de posse do imóvel, pertencente à União.  “Um corpo andando sem alma”. Assim o procurador do Município, Ubiraci Farias, define a Aflov, depois que deixou de ser um braço social da prefeitura e ou a transferir dívidas para o município. A associação rebate.

“O ivo trabalhista que a prefeitura paga é dos que atuavam lá, embora ligados à Aflov. Nós pagamos os ivos dos que exerciam atividades na Aflov”, diz o da associação, Aroldo Ouriques.

Desde 2014, a prefeitura tenta retomar o imóvel que dá sobrevida à associação e remunera, atualmente, 16 funcionários – um foi demitido recentemente.

A primeira sentença favorável à reintegração de posse é de 2017, a última, de fevereiro deste ano. Na decisão, a Justiça determinou que a Aflov desocupe o imóvel, em 15 dias, e fixou multa diária de R$ 10 mil.

Para o juiz Antônio Araújo Segundo, a defesa da Aflov pretendia a rediscussão de questões já decididas e que, nas diferentes instâncias, inclusive no STF (Supremo Tribunal Federal), foram tratadas.

O magistrado não aceitou, também, a alegação de que a Aflov paga dívidas trabalhistas para ex-funcionários. Ele se baseia na comprovação do município, no processo, do pagamento, via precatório, de pelo menos três ações trabalhistas: uma de R$ 45.829,75, outra de R$ 51.672,57 e mais uma de R$ 93.303,14.

“Causa espanto que depois de sete anos desde a propositura da ação de reintegração não haja qualquer informação sobre os rendimentos auferidos na exploração irregular de área pública e a destinação efetiva dos recursos”, argumentou o município nos autos.

Ubiraci Farias é o procurador do Município – Foto: Nícolas Horácio/NDUbiraci Farias é o procurador do Município – Foto: Nícolas Horácio/ND

Caso protelado na Justiça g654k

Em 18 de abril de 2023, a juíza federal Marjôrie Cristina Freiberger julgou um novo recurso da Aflov.

A magistrada entendeu que “nada impede a designação de audiência de tentativa de acordo no cumprimento da sentença” e determinou a realização de um encontro entre as partes. Mas o município requereu o cancelamento da audiência.

“Não vou fazer audiência de conciliação com alguém que atua de forma irregular, ilegal, que não presta contas de absolutamente nada”, enfatizou o procurador.

Por direitos trabalhistas, pede prazo 2j554i

da Aflov desde 2014, Aroldo Ouriques ressalta que o dinheiro do estacionamento paga os custos de impostos, salários dos funcionários -sendo quatro lotados num projeto social, quatro no escritório da entidade e nove no estacionamento -, além da folha de pagamento.

A associação também paga o aluguel da sede na rua Nunes Machado, no Centro. Sabendo que a reintegração é fato consumado, Ouriques pede à prefeitura mais prazo para entregar o imóvel e os direitos trabalhistas dos funcionários.

“O que a Aflov pede é que se olhe a forma com que vão ser tratados os empregados que, daqui, tiram o sustento das suas famílias. Pedimos respeito e que nos concedam prazo para ajustar a situação deles no que for possível”, afirmou Ouriques. Sobre a prestação de contas, ele disse que a Aflov tem um escritório de contabilidade cuidando das questões legais.

“Desde que fui nomeado judicial e continuei na gestão tenho determinação de que imposto não se deixa de pagar. Arrecadamos, quando muito, entre R$ 100 mil a R$ 130 mil por mês”, declarou.

A pedido da reportagem, ele apresentou balanços recentes da Aflov, exibindo um demonstrativo de receitas e despesas de janeiro a julho de 2022. O resultado do exercício foi R$ 100 mil negativos.

Lembra que o fechamento da empresa envolve quitar a dívida de R$ 21 milhões de um Refis (Programa de Recuperação Fiscal), a segunda parcela do 13º salário de 2022 (cerca de R$ 30 mil).

Se perder o estacionamento, as rescisões e multas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), totalizariam R$ 625 mil. A empresa também deve R$ 9,9 milhões em tributos e previdência.

Aroldo Ouriques é o  da Aflov – Foto: Nícolas Horácio/NDAroldo Ouriques é o da Aflov – Foto: Nícolas Horácio/ND

“Sem o estacionamento vamos dar baixa na atividade da empresa, porque não terei mais empregado e, se tiver, não tenho como pagar. Vou fazer a demissão zerada, para que ao menos tenham oportunidade de sacar o FGTS”, completou.

A cobrança do estacionamento na Aflov, ao custo de R$ 5 a hora, só aceita pagamento em dinheiro, porque como a empresa tem ado de dívidas a Justiça recolhia os recursos dos bancos.

Participe do grupo e receba as principais notícias
da Grande Florianópolis na palma da sua mão.
Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os
termos de uso e privacidade do WhatsApp.
+ Recomendados
+

Justiça 5j173t

Justiça

Justiça bloqueia R$ 23,8 milhões de empresas acusadas de fraudes no INSS contra aposentados 6ap6l

Decisão da 7ª Vara Federal atende a pedido da AGU para bloquear bens de empresas acusadas de fraudes ...

Justiça

VÍDEO: Paulo Cupertino cita Bolsonaro e Lula durante julgamento 4l4d2

Declarações polêmicas marcaram julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda

Justiça

Justiça manda investigar ‘mãe’ de bebê reborn após processo por licença-maternidade 136k6r

Após a repercussão do caso, juiz extinguiu o caso e 'mãe' de bebê reborn e advogada desistiram da aç ...

Justiça

Agressor é condenado por tentar matar homem com facão em frente ao Fórum de cidade de SC 3z3p6v

Crime ocorreu após discussão em bar e terminou com vítima gravemente ferida em frente ao Fórum da ci ...

Justiça

Florianópolis preserva calçamento de 1886 no Centro Histórico após intervenção do MPF 1146k

Município seguiu orientações técnicas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional nas ...