Como votou o júri que absolveu esposa de empresário morto a facadas em Florianópolis 194w4u

Jurados reconheceram que Camila teria sido responsável por homicídio de empresário, mas a absolveram pelo crime após uma reviravolta no julgamento 6l4z70

O júri popular que julgou o caso do empresário Gustavo Sagaz, empresário morto a 36 facadas em Florianópolis, confirmou que Camila Fernanda Franca Pereira foi a responsável pelo homicídio, mas a absolveu pelo crime. A esposa do empresário foi solta na manhã de quarta-feira (13), após quatro votos contra três.

empresário que foi morto aparece abraçado em esposa, acusada de matá-lo, os dois vestem roupas azul clara e sorriemInvestigação aponta que Camila teria sedado e matado o empresário com 36 facadas – Foto: Redes sociais/Reprodução/ND

O empresário foi encontrado morto na praia do Moçambique, em 29 de agosto de 2023, depois de um dia desaparecido. A investigação concluiu que ele foi sedado antes de levar 36 facadas.

Na época, Camila comunicou o desaparecimento do empresário assassinado no dia seguinte à morte de Sagaz, relatando que ele estava a caminho de Rio do Sul, onde supostamente compraria um motor. Ela disse ainda que ele portava R$ 40 mil.

No entanto, a investigação apontou que Camila era a principal suspeita pela morte do empresário e a prendeu em setembro de 2023.

Foto mostra empresário Gustavo Sagaz, ele está sério, usa barba e um boné verde, o fundo é de árvoresGustavo Sagaz foi morto com 36 facadas enquanto estava sedado – Foto: Reprodução/Redes sociais/ND

Como votou o júri popular que julgou caso de morte de empresário 6k1w48

Camila era acusada por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima) e por ocultação de cadáver, já que o corpo de Gustavo foi descartado em uma área de vegetação.

Ela foi absolvida pelo júri popular após um julgamento que durou 14 horas. Apesar dos jurados acreditarem que ela matou o próprio marido, eles votaram para que ela não respondesse pelo crime. Eles precisaram votar três requisitos para que isso acontecesse:

  • Primeiro quesito: o crime ocorreu e Gustavo foi esfaqueado até a morte – 4 votos favoráveis, zero votos contrários. Decisão: Gustavo foi assassinado a facadas;
  • Segundo quesito: Camila é a autora das facadas – 4 votos favoráveis, 2 votos contrários. Decisão: Camila assassinou Gustavo;
  • Terceiro quesito: Camila deve ser condenada pelo crime – 4 votos contrários, 3 votos favoráveis. Decisão: Camila não cumprirá pena pelo crime.

Segundo Sousa, a votação de cada jurado é secreta e eles não são obrigados a apresentar as motivações de seus votos, fazendo com que Camila tenha sido absolvida por quesito genérico.

A absolvição por quesito genérico se dá quando o júri responde à terceira pergunta sem apresentar motivação, mesmo tendo reconhecido a ocorrência e a autoria do crime.

“Camila trouxe uma versão isolada sem indícios ou provas. Disse que os autores seriam de uma organização criminosa e que foi ameaçada. Entretanto, não apontou qual facção se refere. Não comprovou minimamente nada. Mentiu! A versão é antagônica a todas as provas documentais, periciais e testemunhais do processo”, ressaltou o promotor de justiça André Otávio Vieira de Mello.

O promotor informou que irá recorrer da decisão do Tribunal do Júri por entender que foi contrária à prova dos autos.

“A materialidade é incontestável. Autoria igualmente comprovada. Camila usou o celular de Gustavo enviando mensagens de Whatsapp e tentando se ar por ele, com intenção de conseguir dinheiro emprestado com familiares e amigos, mesmo após sua morte. Tudo comprovado. O crime é macabro, mas infelizmente a decisão do conselho de sentença foi contrário a todas as provas do processo”, afirmou Mello.

Um vídeo (assista abaixo) mostra o momento em que a família de Gustavo Sagaz recebe a notícia de que Camila foi absolvida.

VÍDEO: Momento em que família de empresário descobre que esposa foi inocentada 1a5tx

Vídeo mostrou momento que família de empresário recebeu a notícia – Vídeo: Reprodução/ND

Filha de 3 anos teria presenciado mãe matar o pai, apontou investigação i5q4m

A filha do casal, de três anos, viu o pai ser agredido pela mãe nas coxas com um “pau” semelhante a um metal. A partir das imagens das câmeras instaladas no Parque Estadual do Rio Vermelho, próximo à praia do Moçambique, a polícia reconstituiu os os dos criminosos.

A investigação aponta que Camila não teria capacidade física para carregar o corpo até a praia e a suspeita é de que teve ajuda para isso. As imagens do parque revelam que o empresário foi levado ao local na própria caminhonete, modelo Nissan Frontier.

A conclusão da Justiça é de que Camila teria matado o próprio marido para conseguir o valor do seguro de vida e para ficar com os bens e a empresa do casal. A investigação apontou que isso ocorreu após ela ter feito dívidas na empresa da família e escondido do empresário, o que teria gerado desentendimentos no casal.

Conforme o advogado de Camila, Alessandro Marcelo de Sousa, o depoimento da cliente mudou tudo. Camila contou que o marido estava endividado com alguns homens envolvidos com organizações criminosas. Na versão da ré, foram esses homens que teriam cometido o assassinato de seu marido.

Sousa itiu que, segundo investigação da polícia, a filha do casal, de três anos, viu o pai ser agredido pela mãe nas coxas com um “pau” semelhante a um metal — o qual a acusação aponta que seria, na verdade, uma faca. Esse episódio teria embasado a tese de que Camila teria motivações para matar Gustavo.

No entanto, o advogado reitera que não foram apresentadas provas concretas que ligassem essas motivações ao crime de fato. “Não há comprovação de que a agressão testemunhada pela filha tenha sido no mesmo dia da morte dele. Inclusive, a filha em nenhum momento relatou ter visto sangue, apenas ‘pauladas’”, expressou Sousa.

empresário que foi morto aparece abraçado em esposa, acusada de matá-lo, os dois sorriem para a fotoCamila foi apontada pela Justiça como a responsável pela morte do próprio marido, mas foi inocentada por júri – Foto: Redes sociais/Reprodução/ND

Reviravolta fez júri absolver esposa de empresário morto 2c3h22

Conforme o advogado de defesa a reviravolta do julgamento ocorreu no momento em que Camila foi dar seu depoimento. Entre 15h e 16h, o plenário foi esvaziado e ficaram na sala de julgamento apenas os jurados, os advogados, o juiz e a acusação.

Camila relatou que, enquanto estava presa preventivamente, no decorrer do processo, ela teria recebido ameaças de morte, vindas de agiotas, para não revelar o verdadeiro culpado.

Ela justificou, por temer pela própria vida, não revelaria o nome de quem seria o culpado. “Esses elementos foram relevantes e, com certeza, influenciaram na decisão dos jurados”, declarou Sousa.

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