Há um ano, ocorria no Distrito Federal um ato que entrou para a história política do Brasil. Em 8 de janeiro de 2023, manifestantes invadiram a sede dos Três Poderes, em Brasília, e destruíram obras de arte, mobiliário e a própria estrutura das Casas.

O ato culminou na Operação Lesa Pátria, que investiga suspeitos de terem financiado e fomentado as ações do dia 8 de janeiro de 2023. Após as investigações, 30 pessoas foram condenadas, entre elas, pelo menos dois catarinenses. Cerca de 60 pessoas continuam presas, de acordo com o STF (Supremo Tribunal Federal).
O pastor Dirlei Paiz, morador de Blumenau, no Vale do Itajaí, foi alvo de mandados de busca e apreensão e de prisão, em 17 de agosto do ano ado. À época, Dirlei ocupava um cargo comissionado na Câmara de Vereadores de Blumenau.
Com 40 anos de idade, líder de uma pequena igreja do bairro Ribeirão Fresco, Dirlei foi investigado na Operação Lesa Pátria.
Pastor de Blumenau é investigado como líder de algumas manifestações em Blumenau, mas afirma que não esteve no DF em 8 de janeiro 425s5n
Natural do interior do Paraná, Dirlei Paiz, representado pelo advogado Jairo Santos, diz que não estava em Brasília no dia dos ataques à Praça dos Três Poderes.
Entretanto, o pastor participou de manifestações em frente ao 23º BI (Batalhão de Infantaria), principal sede do exército em Blumenau, conclamando os manifestantes a contestarem as urnas eletrônicas, o resultado das eleições de 2022 e pedindo intervenção federal ao Exército e às Forças Armadas.

“O pastor Dirlei foi preso no inquérito com base em oito artigos do Código Penal. E na minha defesa eu fui demonstrando ponto a ponto que ele não tinha relação com aqueles artigos. Ele não teria força para isso, não tinha notoriedade”, relatou o advogado Jairo Santos, em entrevista ao ND Mais.
A defesa de Dirlei informou que o processo é sigiloso e que por isso não poderia detalhar os artigos pelos quais o pastor foi apontado ou a fase em que o processo se encontra hoje. Até o momento, Dirlei ainda não foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e também não há prazo para que seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
O defensor de Dirlei disse que visitou várias vezes o Supremo Tribunal Federal em Brasília para acompanhar o andamento do processo do cliente, que se dá por meio físico, mas apenas com alguns registros informatizados.
Advogado revela como tudo começou 686u3a
O advogado de Dirlei, Jairo Santos, relembra que foi chamado pela família do pastor já nas primeiras horas da manhã de 17 de agosto, quando ele teria sido acordado pela Polícia Federal em casa, na data em que houve a 14ª fase da Operação Lesa Pátria.

Em seguida, o líder religioso foi levado a um posto da Polícia Federal, em Blumenau. Lá, Jairo disse que teve o primeiro encontro com Dirlei. Antes do depoimento, ele orientou o cliente a responder todas as perguntas.
“Foram feitas perguntas básicas, para ele era importante falar e ele respondeu as 20 perguntas ali. Isso, na minha visão, acabou ajudando ele e em cima daquilo montamos a estratégia de defesa”, conta.
Dirlei foi solto no dia 8 de dezembro, a partir do momento em que as respostas à defesa aram a ser mais ágeis, de acordo com o advogado.
O defensor de Dirlei Paiz pontua que, dos oito supostos crimes inicialmente apontados pela investigação contra o pastor, que também teve o celular apreendido, seis deles foram contestados e parte das premissas foram acatadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Entre as medidas que o pastor cumpre atualmente, conforme a defesa, estão:
- Uso de tornozeleira eletrônica;
- Não poder sair de casa à noite ou aos fins de semana;
- Proibição de sair de Blumenau;
- Apresentar-se toda segunda-feira no Fórum;
- Não utilizar redes sociais.
Por mais de uma vez à reportagem, Jairo Santos disse que todas as exigências são cumpridas a rigor. Respondendo em liberdade e à espera de um julgamento, ainda sem data prevista, a defesa de Dirlei Paiz acredita que o pastor poderá responder por somente dois crimes dos oito inicialmente colocados.