Sentimento de justiça, esperança e mágoa: essas são as sensações descritas por Acioli Cancellier diante da conclusão do TCU (Tribunal de Contas da União) que inocentou seu irmão, o ex-reitor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Luiz Carlos Cancellier, que morreu em 2017.

Em entrevista ao ND+ na segunda-feira (10), Acioli afirmou a família celebrou a decisão do TCU de que não houve irregularidades na gestão do ex-reitor da UFSC.
Segundo ele, também foi significativa a manifestação do Ministro da Defesa, Flávio Dino, que decidiu instaurar um processo disciplinar para apurar ilegalidades na ação de agentes da Polícia Federal que resultou na prisão do ex-reitor.
“[As recentes notícias] nos deixam emocionados e esperançosos sobre a punição dos responsáveis, mas ao mesmo tempo nos traz uma mágoa, porque nós nunca deixamos de acreditar na inocência do Cao [apelido de Cancellier]”, declara Acioli.
Cancellier foi preso em setembro de 2017 pela Polícia Federal em decorrência da Operação Ouvidos Moucos, que apurava suspeita de irregularidades nos rees ao curso de EaD (Ensino à Distância).
Durante a conversa, Acioli lembrou dos ocorridos que, segundo ele, levaram à morte o ex-reitor, vítima de suicídio: “Ele foi jogado na lama de uma maneira covarde”.
O irmão de Cancellier ainda frisa que tanto a decisão do TCU quanto as manifestações de Dino deixam a família esperansoça de que “a justiça deve ser feita”.
‘Vingança não move família, mas que o Estado reconheça o erro’ 6h2y2s
Acioli revela não ter vontade de mover processo para responsabilizar os agentes da PF envolvidos na operação de 2017.
“Sentimento que nos move não é de vingança.”
No entanto, ele diz querer que o Estado reconheça a inocência do irmão.
“Quero que o Estado reconheça que errou. Eu já estou satisfeito se o Estado que reconhecer que errou na condução da operação e assumir a responsabilidade pela morte do Cancellier, e pelo prejuízo de outros professores envolvidos”, destaca Acioli.
Relembre o caso 2i3m4n
Luiz Carlos Cancellier foi preso em setembro de 2017. Apesar da ausência de acusação formal, ele foi acorrentado na prisão, ou por revista íntima e foi afastado da UFSC. Três semanas depois, o ex-reitor cometeu suicídio.
Em um bilhete divulgado pelo seu irmão, o ex-reitor escreveu “Minha morte foi decretada quando fui banido da universidade”.