Uma nova decisão judicial reverteu a falência da Teka, tradicional empresa têxtil de Blumenau. O fundo de investimento Alumni FP apresentou um recurso para o TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina), que suspendeu o decreto assinado em 27 de fevereiro.

No agravo analisado pela Justiça, o grupo de acionistas argumentou que a empresa ainda é viável, e que a decisão de falência continuada é “prematura, inadequada e incabível”, pois a companhia apresentava resultados positivos desde 2012, ano em que entrou em processo de recuperação judicial.
Em 2024, a empresa ou por mudanças internas, como um novo judicial nomeado pela Justiça. Em entrevista para a NDTV Record, o porta-voz do fundo de investimento Alumni FP, Eduardo Scarpellini, alegou que o novo teria tomado decisões precipitadas, que fugiam do objetivo dos acionistas.
Conforme Scarpellini, em dezembro de 2024, foram nomeados pelos acionistas novos nomes para compor o conselho istrativo, conselho financeiro, CEO e o diretor financeiro da companhia, que assumiram em 15 de janeiro.
No mesmo mês, a Teka renegociou a dívida em São Paulo, adesão de uma transação tributária daquele estado, onde a empresa também atua.
“A partir do momento que houve esse movimento, o judicial, cinco dias depois, vai e pede a falência da companhia, sem ter nenhum tipo de comprovação”, disse o porta-voz da Alumni.
Segundo Scarpellini diferente do que foi divulgado pela istração judicial da Teka, a empresa acumula uma dívida inferior aos R$ 4 bilhões citados, sendo o valor real R$ 985 milhões.
Fundo de acionistas pediu uma nova auditoria para a Justiça 6e6ms
O grupo de acionistas da Alumni, que detém cerca de 25% das ações da empresa, requereu um novo levantamento sobre o total da dívida da empresa, para comprovar a atual situação financeira da companhia.
Conforme o TJSC, uma auditoria será realizada para comprovar se há inviabilidade econômica. Caso seja confirmada, a falência da Teka ainda pode ser decretada no futuro.
Com a nova decisão judicial de reverter a falência continuada, a Teka retoma o processo de recuperação judicial e, de acordo com o porta-voz do grupo, um novo plano deve ser apresentado pela companhia.
Eduardo Scarpellini afirmou que a empresa de Blumenau possui condições de manter seu pleno funcionamento, podendo regularizar a dívida com pelo menos 95% dos trabalhadores ainda este ano.
“A gente vai precisar fazer agora o novo plano de recuperação judicial, aprovar isso em assembleia dos credores para poder fazer o pagamento, mas o importante é, o recurso para pagar esses 3.974 funcionários já está disponível para ser utilizado dessa forma”, disse.
Ainda segundo informações do porta-voz, o pedido de apreciação do novo plano de recuperação judicial deve ser feito em até 60 dias.
O ND Mais tentou contato com o o judicial da Teka, Pedro Cascaes Neto, mas não obteve retorno até a publicação da matéria. O espaço segue aberto. Procurada, a assessoria de comunicação da empresa informou que, por enquanto, não se manifestarão.
Falência da Teka foi decretada após uma década de recuperação judicial 6q3h5i
A falência continuada da Teka, tradicional empresa de Blumenau, foi decretada pelo juízo da Vara Regional de Falências, Recuperação Judicial e Extrajudicial de Jaraguá do Sul. A decisão, assinada pelo magistrado Uziel Nunes de Oliveira, atendeu ao pedido realizado pela istração judicial da empresa, após 13 anos de recuperação judicial.

Na sentença, assinada no dia 27 de fevereiro, o magistrado apontou que a dívida superior a R$ 4 bilhões não pode ser paga, mesmo com o êxito na gestão judicial provisória.
No mercado desde 1926, a indústria se tornou referência no setor têxtil, como uma das maiores fabricantes de artigos de cama, mesa e banho da América Latina.
*Com informações de Suzan Rodrigues