‘Não quero sair’, diz morador de casa de reabilitação interditada por irregularidades em SC 363u6p

A recomendação de fechamento foi realizada após serem identificadas irregularidades sanitárias e istrativas na clínica de Corupá 631dc

'Não quero sair', diz morador de casa de reabilitação interditada por irregularidades em SC‘Não quero sair’, diz morador de casa de reabilitação interditada por irregularidades em SC – Foto: Reprodução/ND

“Eu me sinto em casa aqui”, diz um moradores da Comunidade Terapêutica Conviver, em Corupá, interditada pela Vigilância Sanitária e alvo de investigação do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina). O relato foi publicado em vídeo feito pela direção da casa de reabilitação.

O registro ainda mostra os residentes convivendo no local, onde foram encontradas diversas irregularidades sanitárias e istrativas pelos órgãos públicos, como falta de documento, falha na istração de medicamentos e estrutura em “péssimas condições”.

‘Eu não quero sair daqui’, diz morador de casa de reabilitação u592t

Um dos residentes e pacientes da clínica de reabilitação – que acolhe pessoas com transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas –  afirma que os donos e es do local, que também são pastores, são como um pai e uma mãe para ele.

“O meu pai e minha mãe me abandonaram. Eu fui aprender o que é ter um pai depois dos 25 anos de idade”, relata emocionado.

Já outra pessoa afirma que se sente feliz por poder ser reabilitado no local. “Hoje eu posso ligar para a minha família, a minha família olhar para mim e dizer que sente orgulho de mim, pelo homem que eu tô me tornando”, conta.

Irregularidades na comunidade 1t5q4z

Um dos apontamentos do MPSC e Vigilância Sanitária de Corupá, no Norte catarinense, detalhe que a clínica não possui um monitoramento na istração de medicamentos.

A situação, inclusive, geraria o abandono de tratamentos, só utilizando medicamento controlado para uso comunitário sem prescrição individual de cada residente da comunidade terapêutica – só em eventual crise.

Um terceiro morador rebateu a denúncia durante o vídeo. “A gente não precisa de remédio, a gente não precisa ser mais um povo numa estatística. Aqui ninguém tá forçado, aqui a gente é convidado”, disse.

Vídeo foi publicado pela casa de reabilitação – Vídeo: Reprodução/ND

Quais são as irregularidades da clínica 1r2x4h

Entre as principais irregularidades, segundo o MPSC, está a inadequação do local para o exercício das atividades propostas e a falta de licença para funcionar.

A Vigilância Sanitária do município listou, ao menos, seis outras inadequações constatadas em fiscalização realizada em março de 2024 – e emitiu uma ordem de interdição.

  • Por não ter documento atualizado que descreva suas funcionalidades e atividades istrativas, técnicas e assistenciais;
  • Por contrariar o disposto no RD 29/2011 da Anvisa;
  • Por irregularidades nas condições higiênicas/sanitárias;
  • Condições precárias na área de manipulação de alimentos: lugar quente, sem proteção nas aberturas, produtos alimentícios em putrefação, mínima quantidade de alimentos para o número de pessoas no local. Fogão é a lenha, água é de nascente sem tratamento, sem monitoramento de água, sem sistema de esgoto de fossa e filtro. Prateleiras abertas sem proteção, utensílios expostos a insetos e vetores;
  • Por ter alojamento único para ambos os sexos sendo só 01 feminino;Alimentos mal conservados em locais quentes e úmidos sem refrigeração, com péssimas condições de manipulação.

Ainda de acordo com a Vigilância Sanitária, a estrutura da comunidade possui péssimas condições, com fios expostos, casa de madeira sem mata junta, frestas, aberturas, sem forro, sem banheiro adequado, camas e colchões sujos, sem guarda roupa, sem identificação dos pertences dos residentes e sem ventilação adequada.

Fotos tiradas em 2024 do local mostram irregularidades sanitárias e estruturais - Divulgação/MPSC/ND
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Fotos tiradas em 2024 do local mostram irregularidades sanitárias e estruturais - Divulgação/MPSC/ND
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Fotos tiradas em 2024 do local mostram irregularidades sanitárias e estruturais - Divulgação/MPSC/ND
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Fotos tiradas em 2024 do local mostram irregularidades sanitárias e estruturais - Divulgação/MPSC/ND

MPSC recomenda fechamento 1n3132

O promotor de Justiça Aristeu Xenofontes Lenzi afirma que a situação é grave e que o poder público tem a responsabilidade de garantir a proteção à saúde e à dignidade dos acolhidos.

“A permanência da Comunidade Terapêutica Conviver em funcionamento, diante das irregularidades constatadas, representa uma afronta aos direitos fundamentais das pessoas acolhidas e à legislação vigente. É dever do Estado agir com firmeza para corrigir essa situação”, afirmou.

A 2ª Promotoria de Justiça ainda solicitou que a Prefeitura de Corupá fiscalize se a unidade permanece em funcionamento, verifique a existência de alvará sanitário e faça o levantamento de informações sobre os acolhidos e os motivos de sua permanência.

O município também deve enviar a lista de funcionários, com detalhes sobre cargos, jornadas e regime de contratação, identificar os responsáveis legais pela instituição e encaminhar um relatório detalhado sobre a situação atual da comunidade terapêutica.

Possíveis readequações do local 3i4b5h

Inicialmente, a istração da clínica teria apenas dez dias para tirar os moradores e realizar adequações no local. No entanto, o advogado da casa conseguiu estender o prazo para 30 dias.

Deisi Maria, proprietária e pastora, conta que a casa ainda está funcionando e busca ajuda para construção de uma nova sede. “Eu tenho um projeto na mão, eu tenho mantenedores, eu só preciso que as pessoas parem e olhem com bons olhos”, diz.

Ela ainda afirma que, se o tempo de readequação fosse três meses e um terreno fosse doado à clínica, a istração conseguiria levantar a nova obra.

“Nesse meio tempo eu só não quero que tirem os ‘meninos’ de mim, porque realmente eu penso muito mais no dano que vai causar na vida deles, porque é muito difícil a gente conseguir esse vínculo com eles, conseguir adquirir a confiança deles”, relata.

Prefeitura acompanha situação 6t5ww

A Prefeitura de Corupá está acompanhando a investigação em trâmite junto à 2ª Promotoria de Justiça. “Desde o conhecimento da instauração do procedimento, e em atendimento à recomendação expedida pelo Dr. Aristeu Xenofontes Lenzi, a istração municipal tem adotado e seguirá adotando todas as providências cabíveis e necessárias, conforme elencado no ofício recebido”, declarou.

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