A Defensoria Pública do Mato Grosso e o GAEDIC Mulher (Grupo de Atuação Estratégica em Defesa dos Direitos da Mulher) enviaram uma carta ao governador Carlos Moisés (PSL) e ao secretário de Estado Charles Alexandre Vieira, pedindo celeridade nas investigações sobre supostas agressões do vice-governador do Mato Grosso, Otaviano Pivetta (sem partido), contra a mulher Viviane Cristina Kawamoto.
As agressões teriam ocorrido no último dia 7 de julho em Itapema no Litoral Norte de Santa Catarina, Viviane ligou para a polícia para denunciar as agressões, quando os policiais chegaram ao local, a advogada reiterou que o marido havia batido a cabeça dela diversas vezes contra o sofá.

O laudo de corpo de delito feito pelo Corpo de Bombeiros de Itapema e divulgado na segunda-feira (2), atestam as agressões sofridas por ela. Pivetta foi indiciado por crime de lesão corporal leve e vai responder à ação no Fórum Criminal de Itapema. A Justiça já abriu prazo para que o Ministério Público se manifeste.
A carta da defensoria pública e do GAEDIC, relembra as denúncias do caso, repercutido pela mídia, e pede atenção como forma de resposta aos inúmeros casos de violência contra a mulher em todo país. “A violência doméstica aqui narrada mostra que não existe ‘face’ para agressor ou vítima, podendo acontecer em qualquer classe, etnia, condição social etc”, diz o documento.

Por fim, a carta pede atenção dos órgãos públicos de Santa Catarina ao caso envolvendo o vice-governador do Mato Grosso. “Requer de Vossas Excelências a apuração precisa no caso que se apresenta. Os Movimentos de Mulheres de Mato Grosso e do mundo inteiro clamam por respostas a situações como essa. Não é possível qualquer complacência com a violência contra as mulheres”.
O documento conclui ainda: “a qualquer momento qualquer mulher pode ser uma vítima! Sabemos que o enfrentamento pera pela apuração dos crimes e a punição daqueles que cometeram os fatos. Em se cuidando de violência contra as mulheres, é preciso mostrar que o ‘freio’ aos agressores deve acontecer independentemente de qualquer outra situação ou condição a que esteja inserido o agressor”.
A carta é assinada pelas defensoras públicas Rosana Leite Antunes, Tânia Regina de Matos, Tathiana Mayra Torchia Franco, Anne Teive Auras, Luisa Rotondo Garcia, Samara Beatriz Fortunato, Conceição Raquel Melo Sabat e pelo defensor público Claudiney Serrou dos Santos.
A denúncia 83g6c
O laudo do Corpo de Bombeiros apontou escoriações e hematomas na testa, nos braços e nas coxas de Viviane, que após a primeira denúncia de violência por parte do vice-governador, ainda chamou a polícia outras duas vezes.
Na primeira vez em que pediu ajuda policial, ela desligou o telefone sem falar nada ao ser atendida. Na segunda tentativa, relatou que fora agredida pelo marido. Os policiais os levaram novamente até uma delegacia. As informações são do colunista Ricardo Noblat, do Metrópoles.

O vice-governador, por sua vez, negou ter agredido Viviane, e alegou que ela teria se ferido ao morder a mão dele. Otaviano também repetia aos policiais que era vice-governador do Mato Grosso e que não poderia ser preso. Detido, ele teria pago uma fiança de R$ 6,6 mil e deixado a delegacia na madrugada do dia seguinte.
Advogada volta atrás, mas depois opta por manter denúncia 2a2f5w
Com a repercussão do caso, a equipe do vice-governador divulgou uma nota comentando as acusações e rechaçando as suspeitas de agressões.
“O vice-governador Otaviano Pivetta e sua esposa Viviane Kawamoto Pivetta informam que o desentendimento em Itapema, Santa Catarina, no dia 7 de julho, se tratou de uma discussão de casal e o boletim de ocorrência registrado não condiz com o que realmente ocorreu. Otaviano e Viviane têm o mesmo defensor, que já está atuando para arquivar o caso. Por ser uma questão pessoal, o casal informa que o caso diz respeito apenas ao âmbito familiar”, diz o comunicado.
Viviane inicialmente apoiou a manifestação de defesa do marido e negou, nas redes sociais, que tivesse sofrido violência.
“Nós tivemos uma discussão de casal. Não foi uma agressão, nunca houve agressão. Meu marido nunca foi um agressor. Nós tivemos essa discussão, e por terceiras pessoas envolvidas no momento tomou essa proporção toda”, afirmou.

Porém, ela voltou atrás e manteve a acusação contra Otaviano, insinuando também ter sido vítima de coação por parte do marido.
“Vocês assistiram ao vídeo? Perguntem à Secretária de Comunicação do Estado do Mato Grosso, Sra. Laice, [que] me pressionou para gravar um vídeo mentiroso. Aliás, ela mede as pessoas pela régua dela corruptível. Se você tem preço, eu tenho Valor, e ninguém me compra! Suja, rasteira e todo mundo precisa saber”.
Em seguida, Viviane postou uma foto da sua perna direita com marcas e hematomas. Pivetta segue mantendo posição defensiva diante dos fatos.