Um processo de adoção em Araranguá, no Sul catarinense, tem chamado a atenção pelas características da nova família que pode ser formada, com os novos pais de uma adolescente que podem se tornar, também, avós. É que a adolescente em questão já é mãe, e a adoção compreenderia sua filha ainda bebê.

A assistente social Roberta Cecília da Silveira, da 3ª Vara Cível da comarca de Araranguá, afirma desconhecer outra situação de adoção com essas características.
“Além da adoção da adolescente, há o bebê, o que torna o processo ainda mais complexo. A família precisa estar preparada e entender o papel de cada um nessa nova formação familiar. Os papéis de pai e mãe e de avô e avó”, explicou.
Da mesma forma, a servidora destaca que a atuação do Judiciário e do serviço social tem que ser ainda mais presente por ser uma situação peculiar. Um casal estar aberto para aceitar não só uma adolescente, mas também um bebê, segundo a assistente social, é algo novo.
“Já é reduzido o número de pretendentes que aceitam adotar adolescentes, ainda mais com filhos. É difícil quem aceitaria uma situação assim”, afirma.
A vinculação entre o casal e a adolescente, segundo Roberta, tem progredido de forma positiva. É nesse período, explica, que elementos subjetivos são avaliados na criação desse novo vínculo, visto que o processo de aproximação não pressupõe período de tempo mínimo ou máximo.
“Neste estágio, os adotantes e adotados vão se reconhecendo como pais e filhos, são esses sinais de vinculação que analisamos, como demonstram a vontade de estarem juntos, por exemplo”, comenta.
Através da identificação desses elementos é que se percebe o sinal de que é o momento de avançar a etapa. Após o processo de aproximação, o estágio de convivência é iniciado.