Morreu neste domingo (3) a escritora Lygia Fagundes Telles, de causas naturais, em São Paulo. A informação foi confirmada pela ABL (Academia Brasileira de Letras), da qual a escritora de 98 anos era integrante.

Lygia nasceu na capital paulista, se formou em Direito na USP (Universidade de São Paulo) e desde 1987 ocupava a cadeira 16 da ABL, na sucessão de Pedro Calmon.
“Perdemos nossa querida. Partiu tranquilamente! Mas viverá para sempre. Principalmente no coração de seus amigos!”, escreveu o jurista José Renato Nalini, atual presidente da Academia Paulista de Letras.
Em suas obras, Lygia abordava variados temas, desde sentimentos como amor e medo, a questões sociais, como adultério, uso de drogas e moralismo social, várias vezes deixando transparecer sua visão política.
A escritora, aliás, se mobilizou contra a censura durante a ditadura militar e, junto a outros escritores, foi responsável pela elaboração do Manifesto dos Intelectuais, abaixo-assinado com mais de mil signatários que foi considerado a maior manifestação de intelectuais contra a censura no período.
Durante a carreira, ela recebeu vários prêmios: pelo conjunto de sua obra, venceu o Prêmio Camões, em 2005. Já em 2009, foi premiada com o Prêmio Juca Pato como intelectual do ano. Também recebeu quatro vezes o Prêmio Jabuti, a mais tradicional premiação literária do país. Seus escritos ainda inspiraram obras na televisão e no cinema.
Entre seus livros mais importantes estão Antes do Baile Verde (1970), As Meninas (1973), Seminário dos Ratos (1977), Filhos Pródigos (1978), A Disciplina do Amor (1980), As Horas Nuas (1989), A Noite Escura e Mais Eu (1995), e Invenção e Memória (2000). Seu livro Ciranda de Pedra (1954) inspirou a novela homônima, exibida na televisão.
*Com informações da Agência Brasil.