A biodiversidade é toda forma de vida. Ecossistemas com pouca diversidade das espécies podem sofrer com o desequilíbrio ambiental, prejudicando a sobrevivência de outras espécies animais e do homem. Esse é um dos motivos para investir na preservação animal e do meio ambiente.
Na reportagem especial do projeto Floripa 350 desta quinta-feira (30), a repórter Karina Koppe apresenta os três principais projetos de preservação e conservação de espécies em Florianópolis.

Projeto Lontra 6n5f6c
O primeiro projeto visitado foi o Lontra, que fica localizado na Armação do Pântano do Sul, no Sul da Ilha. Bem próximo da Lagoa do Peri, o projeto surgiu para proteger esses animais que eram encontrados no local pelo oceanógrafo Oldemar Carvalho Junior, há mais de 36 anos.
Segundo Elisa Bacci, educadora ambiental, sete tocas já foram catalogadas na lagoa. Dessas, as lontras ainda fazem uso de seis. “Uma delas está muito próxima de onde humanos se movimentam e por conta disso elas pararam de usar”, relata.
Cuidar da Lagoa do Peri é uma maneira de cuidar dos animais que ali vivem, incluindo as lontras. Mas não só isso, conservar a lagoa também contribui para a comunidade local, que é abastecida pelas águas que lá correm.

Pesquisa, conservação e voluntariado
O espaço abrange a recuperação, conservação e ampliação do conhecimento técnico sobre lontras e outros integrantes da família Mustelidae. Além disso, conta com o apoio de voluntários. Desde 2002, mais de mil “ecovoluntários” de vários países aram pelo local.
“A gente tem um programa chamado Ecovoluntário. Pessoas que ficam hospedadas aqui pagam um valor e trabalham com o manejo, que é a parte de alimentação, sanitário e deixam o recinto dos animais limpo e dinâmico, que são os enriquecimentos ambientais”, ressalta Elisa.
No entanto, os cuidados ultraam os portões. “Essa pessoa também vai à campo, coleta os excrementos e vai observar as tocas de lontras para nos auxiliar na pesquisa também”, complementa.
Projeto Tamar 1f1p1w
Na Barra da Lagoa, Leste da Ilha, está o Projeto Tamar. Lá, as tartarugas marinhas podem ser vistas bem de perto e o lugar proporciona aos visitantes ensinamentos sobre educação e conscientização ambiental. A recepção é uma verdadeira aula, com direito a participação do público.

As tartarugas que estão no projeto chegaram filhotes. Por esse motivo, o Tamar é o lar delas. “Elas estão com a gente desde pequenas e o propósito delas aqui é o de educação e conscientização”, conta Daniel Rogério, coordenador do centro de visitantes do Projeto Tamar.
Como são animais que permanecem no projeto, elas possuem cuidados e alimentação rigorosa. “A dieta delas é super controlada. Duas vezes por semana são só vegetais e nos outros dias damos peixes e outros tipos de pescados. Elas estão meio gordinhas e as nossas veterinárias são rigorosas com os alimentos”, afirma.
Preservação animal: mudando a realidade
Além das tartarugas que ficam expostas para a educação ambiental, o Tamar conta com um centro de reabilitação desses animais. As tartarugas doentes são tratadas e, após o restabelecimento da saúde, são devolvidas para o mar.
De acordo com Rogério, as tartarugas que morreram no local, normalmente tiveram plásticos e restos de lixos como causa da morte.
“Quando abrimos elas, encontramos de tudo, como nylon, tampinhas de garrafas, sacola plástica. É uma grande causa de morte das tartarugas”, destaca.
E é por esse motivo que o centro de visitantes existe, para conscientizar a comunidade. “Não conseguimos fazer nada sozinhos. Sem envolver os moradores e visitantes, não podemos mudar essa realidade”, ressalta o coordenador.

Associação R3 Animal 481i4q
O roteiro de visitações termina na Associação R3 Animal, localizada no Rio Vermelho, também no Leste da Ilha. É para lá que os animais encontrados no litoral catarinense, pelo projeto de monitoramento de baías, são levados para reabilitação.
O local possui toda uma estrutura, desde ambulatório, laboratório e recintos especiais para cada espécie. Cristiane Kolesnikovas é médica veterinária e coordenadora do R3 Animal e destaca que o centro de reabilitação de animais marinhos, que recebe mamíferos e aves marinhas de Santa Catarina, é como um verdadeiro hospital.

Na sala de recuperação é onde acontece todo o cuidado. Desde o monitoramento do oxigênio, temperatura até a coleta de sangue para análises. Quando os exames estão bons, eles dão início a uma nova etapa na parte externa.
De acordo com Cristina, os pinguins resgatados, por exemplo, querem ficar na piscina o dia inteiro. “Os pinguins que já aram por todos os exames vêm pra piscina e ficam treinando o nado. Esse grupo [foto], estamos esperando mudar as penas para serem soltos”, salienta.
Algumas aves também am pelo processo de reabilitação. Elas ficam em uma piscina treinando voos e só são soltas na natureza após a equipe verificar que elas estão saudáveis e voando.
Os pinguins só retornam ao mar após a completa impermeabilização das penas. “Como são aves marinhas, elas precisam estar completamente impermeáveis. Nenhuma gotinha de água pode chegar até a pele delas”, reforça a coordenadora do R3 Animal.
Confira a reportagem com detalhes dos projetos de preservação animal exibida pelo Balanço Geral Florianópolis: q223m
Floripa 350 y4k5m
O projeto Floripa 350 é uma iniciativa do Grupo ND em comemoração ao aniversário de 350 anos de Florianópolis. Ao longo de dez meses, reportagens especiais sobre a cultura, o desenvolvimento e personalidades da cidade serão publicadas e exibidas no Jornal ND, no portal ND+ e na NDTV RecordTV.