“Repensar, reduzir, reciclar”: essas palavras estão escritas na parede da EEB Aldo Câmara da Silva, em São José, escola com mais de 600 estudantes que recebeu o título de primeira escola lixo zero do país e hoje é inspiração para muitas outras.
O lixo orgânico produzido na escola se transforma em adubo – Foto: Divulgação/ND
No pátio central da unidade há muito verde e uma horta, que cresceu com o adubo produzido ali, processo que envolve toda a comunidade escolar, incluindo as famílias.
O projeto nasceu em 2019 nas aulas de português. Após um seminário, os alunos se desafiaram a reduzir em pelo menos 90% a produção de lixo. Em 2020, com a pandemia, o processo ou por uma transformação pedagógica, conforme explica a coordenadora, professora Fabiana Nogueira.
“Foi um trabalho interdisciplinar. Fizemos um concurso para definir a identidade visual e desde então vemos os alunos cada vez mais envolvidos, transformando o dia a dia de nossa escola”, ressalta.
Perto do refeitório, há um com os dizeres “aqui não tem lixos, tem resíduos”, com diferentes caixas para os estudantes poderem descartar embalagens, papel usado em sala de aula, entre outros, chamado de residuário.
Escola possui lema: “aqui não tem lixo, tem resíduos” – Foto: @aldocamaradasilva/Instagram/Reprodução/NDTodos os resíduos da escola são doados para uma associação de catadores e o lixo orgânico se transforma em adubo, com o processo de compostagem.
“Hoje ele é um projeto de vida e uma forma de viver. Acontece como uma rotina da escola, virou hábito entre os estudantes, que compreenderam a responsabilidade social deles também”, resume a diretora da escola, Marciléia Izabel Pereira.
Lixo zero: um ciclo vivo 5y226g
Sabrina dos Santos da Silva, 13 anos, se orgulha de ajudar os estudantes mais novos a entenderem o processo de reciclagem e de compostagem. “Sei que quando eu sair daqui, vou ter ajudado a escola em ações que podem mudar o mundo”, diz.
Crianças aprendem o processo de compostagem – Foto: SED/Reprodução/NDSob os olhos curiosos de estudantes, o lixo orgânico produzido na escola a por um processo de transformação. Por meio das leiras de compostagem, se transforma em adubo e ajuda a alimentar o ciclo de vida na unidade, retornando para a horta.
As ações não param na escola e o olhar sobre os resíduos muda o dia a dia das famílias também.
“O projeto mudou minha percepção e levei essa transformação para casa, ensinando e compartilhando as ações com meus pais sobre como separar o lixo, separar tampinhas”, explica a estudante Maria Augusta Brasil. Semanalmente, a escola entrega alimentos plantados ali para as famílias dos estudantes.
