COP27: Fundo vai ajudar países vulneráveis a enfrentarem aquecimento global 376c3a

Aquecimento do planeta a 1,5°C na comparação com os níveis pré-industriais 67185

A COP 27, reunião de cúpula do clima da ONU, aprovou neste domingo (20) a criação de um fundo de “perdas e danos” para ajudar os países vulneráveis a enfrentar os impactos do aquecimento global. No entanto, a medida recebeu críticas.

Segundo a Agência de Notícias AFP, a falta de ambição para a redução de emissões de gases do efeito estufa recebeu ressalvas. Isso porque a atitude permitiria a continuidade do objetivo de limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C na comparação com os níveis pré-industriais.

Países vulneráveis afetados por aquecimento global terão direito a fundo – Foto: Cross Red Australia/Divulgação/NDPaíses vulneráveis afetados por aquecimento global terão direito a fundo – Foto: Cross Red Australia/Divulgação/ND

O Secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, se manifestou sobre o assunto.

“Esta COP deu um o importante para a justiça. Celebro a decisão de estabelecer um fundo para perdas e danos. Claramente, isto não será suficiente (…) Para ter alguma esperança de manter o objetivo de 1,5°C, nós precisamos investir muito em energias renováveis e acabar com o nosso vício nos combustíveis fósseis”, disse.

O chanceler egípcio e presidente da COP27, Sameh Shukri disse que foram ouvidos apelos e dado respostas.

“Hoje, aqui em Sharm el Sheikh, criamos o primeiro fundo dedicado a perdas e danos, um fundo que está em formação há muito tempo. Milhões de pessoas em todo o mundo podem sentir agora um raio de esperança de que seu sofrimento será finalmente atendido de forma adequada”, disse.

A ressalva também veio do vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans.

“O mundo está nos observando e não vai nos perdoar se falharmos novamente em evitar o pior. O que temos diante de nós não é suficiente. Não apresenta os esforços adicionais necessários para que os principais emissores aumentem e acelerem seus cortes de emissões”, declara o vice-presidente.

Não é caridade 1i17

Já Sherry Rehman, ministra paquistanesa da Mudança Climática e presidente do influente grupo G77+China, defendeu que o fundo não é caridade.

“Lutamos durante 30 anos e hoje, em Sharm el Sheikh, esta epopeia apresentou o primeiro resultado positivo. A criação de um fundo não é uma questão de caridade. É claramente uma antecipação de um investimento a longo prazo em nosso futuro comum e um investimento na justiça climática”, diz.

Molwyn Joseph, ministro do Meio Ambiente de Antígua e Barbuda, em nome da Aliança de Pequenos Estados Insulares (Aosis) disse que a promessa foi cumprida.

“A Aosis havia prometido ao mundo que não sairia de Sharm el Sheikh sem conseguir um fundo de resposta para perdas e danos. Esta missão de 30 anos foi cumprida”, comemora.

A ministra do Meio Ambiente das Maldivas, Aminath Shauna, disse que quer continuar vivendo nas Maldivas e que sua filha de dois anos também cresça no país.

“Quero continuar vivendo nas Maldivas. Também quero que minha filha de dois anos cresça nas Maldivas. Estamos apenas um metro acima do nível do mar. Cada fração de grau de aumento na temperatura e cada milímetro de aumento no nível do mar ameaçam nossa existência”, fala.

Sherry Rehman, ministra paquistanesa da Mudança Climática e presidente do influente grupo G77+China, defendeu que o fundo não é caridade. – Foto: Unsplash/Divulgação/NDSherry Rehman, ministra paquistanesa da Mudança Climática e presidente do influente grupo G77+China, defendeu que o fundo não é caridade. – Foto: Unsplash/Divulgação/ND

Avanço histórico 682a18

Ani Dasgupta, Presidente e Diretora Geral do Instituto de Recursos Mundiais disse que este é um avanço histórico.

“Em um avanço histórico, as nações ricas finalmente concordaram em criar um fundo para ajudar os países vulneráveis que sofrem com os danos climáticos devastadores. Este fundo para perdas e danos será um salva-vidas para as famílias pobres cujas casas estão destruídas, os agricultores cujos campos estão arruinados e os moradores de ilhas obrigados a abandonar suas casas ancestrais”, expressa a diretora.

Annalena Baerbock, ministra das Relações Exteriores da Alemanha, disse que é frustrante ver algumas medidas mundiais.

“É mais do que frustrante ver como as medidas de mitigação e a eliminação das energias fósseis, que deveriam ter sido adotadas há muito tempo, são bloqueadas por alguns grandes emissores e produtores de petróleo. O mundo está perdendo um tempo valioso para avançar a 1,5°C”, conta.

A nès Pannier-Runacher, ministra de Transição Energética da França disse que “Não se obteve nenhum avanço na necessidade de fazer mais esforços para reduzir os gases do efeito estufa e abandonar os combustíveis fósseis. É uma verdadeira decepção”.

A reunião de cúpula, no entanto, “responde às expectativas dos países mais vulneráveis com um grande avanço: a criação de novas ferramentas de financiamento para as perdas e danos vinculados às catástrofes climáticas”.

Gabriela Bucher, diretora geral da Oxfam International, declara que “Embora recebamos com satisfação a criação do fundo de perdas e danos, continuamos profundamente preocupados com a incapacidade dos países de alcançar um acordo para uma eliminação justa e urgente de todos os combustíveis fósseis”.

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