O estudo de uma universidade dinamarquesa revelou a existência de um vírus gigante que vive no gelo do Ártico. Mesmo que possa parecer assustadora, a descoberta mostra que este vírus pode amenizar o aquecimento global.

Realizado pela Universidade Aarhus, o estudo aponta que o agente infeccioso pode retardar o crescimento de algas negras da neve. Tais algas contribuem para o derretimento do gelo.
Vírus gigante? 1j5642
Segundo o EuroNews, os vírus normais são cerca de 1.000 vezes menores que as bactérias, mas os vírus gigantes, que foram descobertos no oceano em 1981, são maiores tanto em tamanho quanto em genoma. Eles podem crescer até 2,5 micrômetros, sendo que a maioria das bactérias tem cerca de dois micrômetros.
Além disso, os organismos descobertos pela primeira vez no gelo têm aproximadamente 2,5 milhões de letras no genoma, o que os torna muito mais complexos que vírus normais.
Eles já foram encontrados em oceanos, solo e até em pessoas, mas esta é a primeira vez que vírus gigantes foram descobertos na neve e no gelo dominados por microalgas pigmentadas.
Impactos no aquecimento global 5u3i6y
Durante os períodos mais quentes, quando o sol bate no gelo, as algas negras da neve começam a florescer, e acabam escurecendo o gelo nos locais onde crescem. Assim, reduzindo a capacidade do gelo de refletir a luz solar e acelerando o derretimento da água congelada.
Todo o gelo do Ártico está derretendo com velocidade, e toda a região pode estar livre de gelo até 2040. O derretimento rápido influencia na criação de condições climáticas extremas, e causa impactos na cadeia alimentar (causando o declínio da vida selvagem).
O degelo ainda ameaça o permafrost, uma camada de gelo, rochas e matéria orgânica, que armazenam alguns gases, como o carbono e metano. Os dois gases citados possuem potencial de risco climático.
Por isso, uma equipe de pesquisa está analisando a interação entre o vírus gigante e o ecossistema de algas. “Não sabemos muito sobre os vírus, mas acho que eles podem ser úteis como forma de aliviar o derretimento do gelo causado pela proliferação de algas”, explica a responsável pelo estudo, Laura Perini.
Segundo Laura, ainda não é possível indicar com certeza quais hospedeiros os vírus gigantes atacam, e por isso e a equipe pretende lançar outro estudo ainda este ano.