
Longe de ser um problema a ser enterrado, o lixo em Florianópolis é tratado como um recurso estratégico — que gera economia, movimenta a cadeia produtiva, educa e transforma. Até 2030, a capital catarinense pretende tornar-se a primeira Capital Lixo Zero do país. A meta pode parecer ambiciosa, mas vem sendo construída há anos com muito trabalho e iniciativas concretas que colocam Florianópolis como referência em gestão de resíduos com inovação e comprometimento.
Em 2024, os avanços continuaram em ritmo acelerado. A cidade registrou o reaproveitamento de 7.695,78 toneladas de recicláveis secos, 5.126,78 toneladas de restos de alimentos e 7.184,38 toneladas de resíduos verdes. Os números refletem o esforço coletivo para ampliar a destinação correta dos resíduos e fortalecer a economia circular.
Escola Lixo Zero: onde começa a mudança 3x1jw
Fora das escolas, a educação ambiental também ganha força. Desde 2003, o Museu do Lixo é uma vitrine do que Florianópolis defende: resíduo tem história, tem alerta e pode virar ferramenta de transformação. São mais de 40 mil itens salvos do descarte, reunidos no acervo que compõe o Circuito do Lixo — um percurso que mostra, na prática, como os materiais são tratados no CVR (Centro de Valorização de Resíduos).
Já dentro das casas, o projeto Minhoca na Cabeça transforma a compostagem em um hábito ível. A prefeitura doa minhocários para moradores interessados, incentivando o reaproveitamento dos restos orgânicos.
Com os 2.000 kits já em operação, estima-se que 32 toneladas de resíduos sejam compostadas por mês, o que representa uma economia de 12 caminhões de lixo desviados do aterro sanitário. E os impactos vão além do baldinho de compostagem: a adoção dos minhocários tem refletido em mudanças nos hábitos alimentares das famílias, com mais frutas e legumes no prato — justamente os restos ideais para a vermicompostagem.
Mais ecopontos e referência nacional na reciclagem de vidro 356w2v
Com a ampliação de cinco para nove ecopontos em 2023, Florianópolis reforçou a estrutura de descarte correto e colheu resultados expressivos: 11,8 mil toneladas de resíduos desviadas do aterro e R$ 2,8 milhões economizados em transporte e destinação. É menos custo, menos poluição e mais consciência no cotidiano da cidade.

No caso do vidro, o modelo virou exemplo. Florianópolis foi a primeira capital do Sul do país a implantar PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) exclusivos para vidro, ainda em 2014. O que começou com 10 pontos já ou de 290 — são 296 distribuídos pelos bairros.
Os números impressionam: são 165 toneladas de vidro reaproveitadas por mês. Todo esse volume é triado por cerca de 200 famílias que vivem da reciclagem. Cada garrafa descartada vira nova embalagem, evita o uso de matéria-prima virgem e ainda reduz as emissões de CO₂.
“Além de evitar o descarte incorreto, os PEVs impulsionam a economia circular e geram trabalho e renda com impacto ambiental positivo”, afirma Karina da Silva de Souza, engenheira sanitarista da Secretaria do Meio Ambiente.
Verdes que viram solução 5i42c

Em 2024, a cidade recolheu 7.184 toneladas de resíduos verdes — galhos, folhas, troncos. Todo esse material é triturado e reaproveitado em hortas, paisagismo e compostagem. A previsão é de crescimento de até 30% no volume coletado ainda neste ano, com até 17 coletas programadas por região.
“Cada fração de resíduo tem valor. A coleta seletiva de verdes é um o importante para incentivarmos práticas mais sustentáveis”, reforça o secretário Alexandre Waltrick Rates.
O serviço é feito com caminhões compactadores de grande porte e exige regras específicas — como o uso de sacos compostáveis. Vale lembrar: empresas de jardinagem não são atendidas pelo serviço e devem levar seus resíduos ao CVR.
📍 Linha do tempo rumo ao Lixo Zero em Floripa: 473m1k
📌 1988 – Nasce o Projeto Viva Melhor e Beija-Flor, que marca o início da valorização dos resíduos em três frações: secos, orgânicos e rejeitos.
📌 1994 – Expansão da coleta seletiva porta a porta de embalagens para toda a cidade.
📌 2000 – Implantação dos primeiros 2.000 minhocários e inauguração do Centro de Valorização de Resíduos (CVR).
📌 2003 – Criação oficial do Museu do Lixo e consolidação do CVR como espaço de educação ambiental.
📌 2014 – Implantação dos primeiros PEVs (Pontos de Entrega Voluntária) exclusivos para vidro.
📌 2020 – Coleta seletiva a a incluir resíduos orgânicos e tem início a coleta de resíduos verdes.
📌 2023 – Lançamento do projeto Escola Lixo Zero, ampliação dos ecopontos e expansão da coleta de resíduos verdes.
📌 2024 – Coleta de verdes cresce 40% e os PEVs de vidro chegam a 296 unidades espalhadas pela cidade.
🎯 2030 (meta) – Florianópolis quer ser a primeira Capital Lixo Zero do Brasil, com reaproveitamento de 60% dos recicláveis secos e 90% dos resíduos orgânicos.
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Conforme determina a Lei Municipal nº 10.199, de 27 de março de 2017, a Prefeitura Municipal de Florianópolis informa que a produção deste conteúdo não teve custo, e sua veiculação custou R$2.000,00 reais neste portal.