A ressaca piorou nos últimos dias e trouxe mais prejuízos para os moradores da praia do Morro das Pedras, em Florianópolis. Os sacos de contenção e paliçadas feitas na última semana foram levadas pelo mar e mais propriedades perderam partes de seu terreno. No fim de semana, os moradores fizeram plantão para observar o avanço da maré e alertar em caso de mais prejuízos.

Na madrugada desta segunda-feira (31), o deque e parte do muro da casa da professora aposentada Clara Araújo desabaram. “Foi uma noite de terror. Ninguém dormiu. Esse mar estava avançando, engolindo tudo. Foi terrível. Eu não tenho nem mais para dizer”, contou Clara.
A combinação da maré astronômica, com ventos e áreas de baixa pressão deixa o mar quase 1 metro mais elevado e com picos de ondas ando de 2,5 metros. Há três semanas que o mar vem atingindo a encosta com força. Alguns dias são mais tranquilos. Já em outros, como esta segunda-feira (31), as séries de ondas parecem vir cada vez mais intensas.
Uma nova vistoria foi feita pela Defesa Civil na manhã desta segunda. No monitoramento realizado por drone, o órgão estima que a área atingida ou de 150 para mais de 300 metros de faixa de praia da semana ada para esta. Por enquanto, sem aumento nas interdições.
“Nesse momento continua igual. Nove interdições, sendo três residências, doze propriedades atingidas, 11 quedas de muro. Autorizamos a colocação de bags de forma emergencial, esses sacos de ráfia com areia. Então, os proprietários ainda estão trabalhando de forma emergencial na colocação desses bags”, explicou o gerente da Defesa Civil de Florianópolis, Alexandre Vieira. O gasto com as medidas de emergência para proteger a encosta am de R$ 15 mil.
O empresário Fabrício Pricho calcula que seis metros de seu terreno já foram levados pelo mar. “Somos amantes dessa praia. Todos os moradores cuidam. A gente preza pelo bem da natureza. Então, a gente quer uma solução que resolva de fato tudo o que está acontecendo aqui. Tem muitos moradores que estão muito apreensivos, as casas estão prestes a desabar. São pessoas que estão aqui há muitos anos, que vieram os imóveis dos avós. É uma tristeza muito grande”, disse ele.
Confira mais informações na reportagem do Balanço Geral Florianópolis.