Pesquisa identifica microplásticos em ostras e mariscos produzidos no Litoral Norte de SC 2t426l

Estudo do IFSC identificou microplásticos em ostras e mariscos produzidos em Penha e em Bombinhas, dois polos do cultivo de moluscos na região 1n6a3i

Uma pesquisa desenvolvida em Itajaí, Litoral Norte de Santa Catarina, identificou a presença de microplásticos em ostras e mariscos produzidos na região. A amostra foi feita com os moluscos cultivados em Penha e Bombinhas, dois polos da produção na região.

Microplásticos foram identificados em ostras e mariscosPesquisa identifica microplásticos em ostras e mariscos produzidos no Litoral Norte de SC – Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Secom/Divulgação/ND

“Todas as amostras que recebemos até agora tinham microplásticos, já encontramos sete microplásticos em uma amostra de ostra e 13 em uma de um mexilhão”, explica Letícia Furtado, estudante do curso técnico em Recursos Pesqueiros do IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina) e uma das voluntárias do projeto.

Ambos animais são filtradores, ou seja, que obtém o alimento por filtragem, e acabam ingerindo o microplástico, já que esse resíduo é semelhante ao fitoplâcton, alimento natural deles.

“Para se ter uma ideia em uma amostra que chegou logo após o Carnaval, nós identificamos inclusive a presença de glitter, dá para ver no microscópio os pontos de brilho”, explica Letícia.

Estudo deve fazer análises em todas as estações do ano 6q5m3

Coordenada pelo professor Thiago Pereira Alves, a pesquisa conta com estudantes do curso técnico integrado em Recursos Pesqueiros do Campus Itajaí. A proposta é analisar amostras de cultivo de moluscos bivalves de Penha e Bombinhas e realizar, pelo menos, uma análise em cada uma das estações do ano.

“Até o momento, analisamos a coleta que foi feita no verão e no outono em que pegamos amostras dos moluscos do mar e da banca onde eles costumam ser vendidos. Estamos coletando nesses dois lugares porque queremos entender se a quantidade de microplástico encontrada nos moluscos é a mesma ou se há alguma alteração quando ele é manuseado, aberto e limpo”, explica o bolsista do projeto, o estudante de Recursos Pesqueiros Guilherme Mendes.

Microplásticos encontrados serão catalogados – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/NDMicroplásticos encontrados serão catalogados – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/ND

Como acontece a análise 30p25

Os animais chegam ao Laqua (Laboratório Oficial de Análise de Resíduos e Contaminantes em Recursos Pesqueiros) no campus Itajaí e são abertos pelos estudantes, que retiram todo o trato digestivo. A análise do sistema digestivo foi escolhida porque é onde ficam os fragmentos do que é ingerido pelo molusco.

O material é colocado em uma solução alcalina por 48 horas e, após esse período, a por um processo de filtragem, em que ficam apenas os microplásticos. Esses resíduos têm cerca de cinquenta micrômetros (unidade de medida equivalente à milésima parte do milímetro) e não podem ser vistos a olho nu. Por isso, precisam ser analisados no microscópio.

As diferentes cores destes resíduos podem indicar, segundo a pesquisa, que eles têm origens diferentes. “Por exemplo, um que encontramos com um tom de verde remete ao plástico de garrafa PET e outro que parecia trançado lembrava os resíduos de uma corda de pesca ou da maricultura”, comenta a estudante Mariana Pereira, voluntária do projeto.

Uma parte dos resíduos encontrados foi enviada para o laboratório de química do IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina), no campus Florianópolis, onde um equipamento pode identificar os plásticos por infravermelho, auxiliando na categorização a partir de um banco de dados.

“Esses resultados mostram que a Política Nacional de Resíduos Sólidos não está sendo eficiente, que aquilo que não está sendo devidamente tratado vai parar no oceano. A ciência já sabe que nós consumimos plásticos e agora nós temos que avançar para tentar entender quais são as consequências disso”, avalia o professor Thiago Pereira Alves.

O projeto “Investigação da presença de microplásticos em moluscos de cultivo em Santa Catarina” iniciou em fevereiro e terá duração de um ano. A pesquisa é custeada com recursos do campus Itajaí, através de edital interno de pesquisa.

O projeto tem participação dos alunos Guilherme, Letícia, Mariana, Eduarda Reis, Maria Letícia Imme e Ana Beatriz Morais.

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