Uma tartaruga-verde, quase ameaçada de extinção, foi resgatada pelo Projeto Tamar na última quarta-feira (31). Ela foi encontrada encalhada na Ponta da Ilhota, dentro da Lagoa da Conceição, por um agente da Polícia Militar Ambiental.

O animal, considerado jovem, apresentava cortes profundos na carapaça, possivelmente pela colisão com hélices de embarcação. Devido aos graves ferimentos, não sobreviveu e morreu no centro de tratamento da entidade.
Também conhecida como tartaruga-aruanã, a tartaruga-verde é o único membro do gênero Chelonia. No Brasil, elas costumam reproduzir-se nas águas de Pernambuco, Espírito Santo e Rio Grande do Norte e descem até o litoral sul do País em busca de alimentos, ficando próximas ao costão das praias e eventualmente dentro de lagoas.
Segundo o Gestor do Centro de Visitantes do Projeto Tamar, Daniel Wagner Rogério, há várias ameaças às tartarugas atualmente, como a pesca incidental e o lixo.
Entre os diversos casos anuais de resgate está o de uma tartaruga que estava presa a uma rede de pesca no Litoral Norte de Santa Catarina e foi resgatada por dois surfistas na última quinta-feira (1). Eles usaram facas de cozinha para cortar a rede de nylon que estava machucando o animal perto da boca.
“Se não fosse naquele momento, não sei se ia aguentar”, destaca Guto, um dos surfistas.

Daniel Rogério conta que, desde 2005, 654 tartarugas já aram por tratamento veterinário no Projeto Tamar. Dessas, 247 foram liberadas vivas e 407 vieram a óbito, sendo a maioria de tartarugas-verdes. No momento, há 12 animais em tratamento no Centro de Reabilitação.
O profissional destaca o trabalho de conscientização que é feito com o público no Centro de Visitantes para a preservação das tartarugas. “São mais 150 mil pessoas por ano que am por aqui, além de 15 a 20 mil alunos de escolas públicas e particulares”, afirma.
A entidade também promove parcerias com os pescadores da região, com o IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina) e com a Marinha. “Durante o curso de formação de pescadores profissionais, damos um módulo falando de tartarugas marinhas, visando conscientizá-los”, destaca o biólogo.
As duas tartarugas resgatadas nesta semana estão entre os milhares de animais marinhos que são encontrados nas praias catarinenses. Em 2020, o PMP-BS (Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos) registrou 6,5 mil animais.
Desses, cerca de 5 mil foram encontrados mortos e pelo menos mil estavam vivos – número 2,8% menor que os registrado em 2019, quando foram encontrados 6.694 animais – 5.864 mortos e 830 vivos.