Há mais de um mês, a Prefeitura de Florianópolis, por meio da Defesa Civil, está monitorando 12 propriedades dispostas em uma área de 200m e próximas à orla da praia do Morro das Pedras, no Sul da Ilha. Em 10 de maio, eles começaram a sofrer com erosões marinhas, agravadas pela ressaca do mar.

O resultado é um cenário de completa destruição e, no lugar da areia, escombros das casas, árvores e postes. Na sexta-feira (21), a maré voltou a subir e derrubou árvores e muros no local.
“Esse pessoal precisa manter alerta total. Recomendamos que nenhum banhista e surfista entre no local. Solicitamos, ao Corpo de Bombeiros, ajuda com guarda-vidas, orientando a população a não ficar no local. Tem muito escombro no local”, disse o gerente de operações da Defesa Civil de Florianópolis, Alexandre Vieira.
Ele também afirmou que, segundo a equipe de meteorologistas da Defesa Civil estadual, um ciclone extratropical no Rio Grande do Sul está influenciando Santa Catarina. Há expectativa de ondas de 2,5m a 3m na madrugada desta segunda-feira (23), aumentando a situação de alerta na região.
Clima é de apreensão no Morro das Pedras 5w3a1r
Ainda segundo a Defesa Civil, 12 proprietários foram notificados e cerca de 50 pessoas vivem no local. Ao todo, nove interdições foram realizadas pela Defesa Civil, sendo três casas, duas habitadas e uma de veraneio. Desde que o problema começou, também foram registradas 11 quedas de muro na praia.

“Uma das casas mais próximas da ponta do barranco foi toda esvaziada. Uma edícula que foi interditada caiu totalmente. Nesse terreno, a parte do deque e da área de lazer da piscina, também”, conta Alexandre Vieira.
Em função da maré alta, alguns pontos com residências interditadas tiveram novas erosões. A Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente) deve trabalhar futuramente na limpeza, pois ao menos cinco árvores foram derrubadas no local.
Em relação aos escombros dos imóveis, os proprietários devem ser notificados para recolher o que caiu na praia. Uma proteção – considerada paliativa pela Defesa Civil – evita novas quedas.
Para os próximos dias, a recomendação da Defesa Civil é de que não sejam retirados os escombros da frente de terrenos extremantes com a praia, pois servem de base, de proteção para evitar novas erosões.
“O local se mantém isolado. Não conseguimos tirar nada enquanto o mar não recuar. Esse trabalho será feito quando o mar voltar ao normal, algo imprevisível para nós”, reforça Alexandre Vieira.
No domingo (23), a Defesa Civil seguiu monitorando o local e Alexandre Vieira disse que a situação era a mesma de sábado (22).
“O mar não está recuando, formou um buraco na orla, fazendo com que a maré não recue e com isso vai erodindo mais”.

Nesta segunda-feira (24), a Defesa Civil promete estar cedo no local, por volta das 6h, para monitorar a situação e orientar os proprietários. Dependendo do que ocorrer na madrugada, a equipe pode se deslocar antes.
“O poder público está trabalhando. Eu venho trabalhando desde 3 de abril. A erosão começou de fato em maio. Estamos trabalhando e atuando todos os dias”, pontuou Alexandre Vieira.