Florianópolis teve sua rotina literalmente abalada às 9h28 do dia 13 de abril de 2018. Na ocasião, um terremoto de intensidade 3,6 na escala Richter foi sentido em pelo menos 13 regiões da Grande Florianópolis, e até em Blumenau, a 140 quilômetros de distância do epicentro.

O abalo foi registrado pelo Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo) e considerado leve para os padrões internacionais e comuns para o Brasil, que está no centro da placa tectônica sul-americana. Não foram registrados danos ou vítimas.
Momentos depois, o telefone da central do Corpo de Bombeiros Militar tocou quase 40 vezes. Todos os chamados relataram um tremor de terra, a maioria no Norte da Ilha. O epicentro do tremor estaria a cerca de 75 quilômetros do litoral de Florianópolis, no oceano.
No Twitter, houve relatos dos tremores. “Eu acabei de sentir minha casa toda tremer, eu achei que fosse um terremoto, mas isso não é possível, eu tô ficando maluca, o que tá acontecendo? (Sic)”, escreveu Isadora Sanchez.
Ineditismo do fenômeno 4n1j17
Apesar do susto, o ineditismo do episódio ficou mais por conta do que as pessoas sentiram do que pelas análises sismológicas.
De acordo com relatórios da RSBR (Rede Sismográfica Brasileira), desde 1989, pelo menos dez abalos sísmicos tiveram Santa Catarina como epicentro. Todos eles com intensidade entre 3 pontos e 3,9 pontos na escala Richter. E o mais impressionante é que diversos desses tremores anteriores tiveram seus epicentros em terra firme, mas que, por algum motivo, não repercutiram como o de três anos atrás.
Segundo o engenheiro civil Ronaldo Parisenti, especialista em cálculo estrutural, há vários razões que explicam o alarde em torno do episódio. Uma delas é de que o abalo foi sentido de forma mais forte na área urbana e o assunto se espalhou pelas redes sociais mais rapidamente do que no ado.
“Muitos desses abalos ocorrem em regiões talvez não tão populosas e as pessoas nem ficam sabendo”, afirmou Parisenti na época.
Um dos maiores tremores já registrados na Capital 6a2t5y
O sismólogo do Observatório de Sismológico da Universidade de Brasília, Juraci Carvalho, apontou que o abalo foi um dos maiores já registrados na imediações de Florianópolis.
Ele lembrou ainda que o maior tremor de terra no Estado foi registrado em 1939, em Tubarão, quando um terremoto de magnitude de 5,5 foi registrado e sentido também na Capital.
A classificação de tremores da Escala Richter 636c24
A escala Richter é a medida universal para dimensionar a intensidade de um tremor, seja na terra (terremoto) ou no oceano (maremoto). De acordo com a quantidade de energia liberada por um tremor, há um número correspondente na escala.
Sismos com mais de 4,5 graus, por exemplo, já costumam provocar estragos. Não há um limite matemático para os tremores, mas o terremoto mais intenso da história alcançou 9,5 pontos e foi registrado no Chile, em 1960.
Ao contrário do que muitos pensam, a progressão da escala Richter não se dá de forma linear e, portanto, um tremor de 3,6 como o registrado em Florianópolis, não é o dobro de um tremor de 1,8 graus.
A escala funciona de forma logarítmica, ou seja, é multiplicada por dez. Assim, quando acontece um terremoto de magnitude 6, seus efeitos são dez vezes maiores do que um de 5, e assim por diante.