A PMA (Polícia Militar Ambiental) tem uma primeira suspeita da origem do óleo que poluiu o córrego do bairro Santa Mônica, em Florianópolis. A investigação apura se a substância vazou de um depósito de óleo diesel utilizado pelo HU (Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago).
A poluição foi identificada no sábado (6), quando também foram encontrados também dois jacarés decapitados e sem rabo – não se sabe se os episódios têm relação. O produto começou a ser removido na manhã desta terça-feira (9).
Imagens de drone mostram proximidade entre rede pluvial e depósito – Vídeo: ND
Outras suspeitas ainda são levantadas pela investigação, uma vez que a bacia compreende toda a região dos bairros Trindade e Córrego Grande. A influência da maré também dificulta a identificação da origem do vazamento, que chegou até o córrego por meio da rede pluvial.
“Por enquanto a probabilidade mais certa é que o óleo vazou durante a transferência de combustível do depósito do HU. O procedimento foi realizada na sexta-feira e as manchas apareceram no sábado”, afirma o comandante do 1º Batalhão da PMA, coronel Marledo Egídio Costa.
Para tentar elucidar as circunstâncias do caso a investigação analisou imagens de drone e abriu bocas de lobo. Segundo Egídio, as tubulações am por baixo da rede pluvial, transferindo o combustível utilizado para alimentar os geradores do hospital.

“Se de fato for isso, percebemos que não era intenção do hospital provocar esse acidente. Todos estavam muito preocupados e informaram que faziam tempo que não utilizavam o duto”, explicou o Coronel. O próximo o será verificar a condição do encanamento.
O HU informou em nota que a PMA “realizou verificações em alguns setores da instituição para avaliar a possível ocorrência de vazamento de óleo no córrego. No entanto, até o momento, não há confirmação sobre qualquer local que possa ter ocasionado o incidente”.
“Cabe destacar que o HU-UFSC segue os protocolos ambientais e desenvolve boas práticas relacionadas a preservação do meio ambiente”, concluiu o comunicado.
Remoção do material 3s4o4v
Junto ao IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina) os policiais ambientais instalaram na noite desta segunda-feira boias para conter a proliferação do produto, que ainda depende de identificação. “Estamos focados em entender a origem do óleo e providenciando a coleta”, afirma Anderson Ricardo Staub, gerente de fiscalização do IMA.
Os trabalhos para a remoção do produto e identificação da área atingida começaram na manhã desta terça, com o apoio do Corpo de Bombeiros e da Floram (Fundação do Meio Ambiente de Florianópolis). Os órgãos estão colhendo dados para precisar a área da poluição e os danos.
Em entrevista a NDTV, Paulo Horta, professor de Biologia da UFSC destacou os impactos da substância no ecossistema da região, assim como a necessidade de mais agilidade em contornar tais problemas. Ele levou amostras para análise em laboratório, separadas em recipientes com plantas comuns em manguezais para medir o impacto do óleo.

“O óleo pode proporcionar queda de folhas, perda de capacidade reprodutiva das plantas, prejudicar as algas que vivem no manguezal e a própria maricultura. Quando o óleo drena para a baía prejudica todo o contexto não só ambiental, mas econômico e social”, explicou Horta.
Jacarés mortos 1w123b
Os dois jacarés encontrados mortos em meio a poça de óleo arão por biópsia para identificar a causa da morte. A principal suspeita é que eles tenham sido mortos para consumo, uma vez que estavam com cortes e sem cabeça e rabo. Uma possível intoxicação pelo combustível também é investigada.
