Eddu Reis trabalhava como produtor audiovisual em São Paulo quando foi descoberto por uma camareira como modelo. Nem magro e nem gordo, o bailarino profissional, de 29 anos, de Florianópolis, conta que foi pego de surpresa. No entanto, foi apenas o começo: Eddu se tornou modelo curve e em um mês desfilava na São Paulo Fashion Week.

Curve é o segmento da moda que valoriza os corpos curvelíneos. Eddu conta que não sabia que poderia ser modelo até ser abordado por uma camareira, que enxergou seu potencial.
“Uma camareira me achou e falou: ‘nossa você é modelo’, e eu falei, ‘não, não sou modelo, eu tenho barriga'”, lembra Eddu. “Ela disse ‘não tem mais isso, eu acredito em você’, e eu falei ‘se tu acredita então me indica’. A camareira, a Vilma, meio que mudou a minha vida.”
Escalada de carreira meteórica 2tt6e
Eddu conta que foi para São Paulo pouco antes da pandemia, para tentar novos trabalhos como bailarino. Com o avanço do coronavírus, os testes diminuíram e ele seguiu na Capital paulista, mas atuando como produtor audiovisual.
Foi em maio de 2022, quando a camareira o descobriu e, de fato, o indicou como modelo. Uma semana depois, o bailarino foi chamado pela Mega Model, agência que já trabalhou com a Gisele Bündchen. Ele conta que, a partir daí, tudo aconteceu muito rápido:
“Em dois dias eu fiz vitrines nacionais para a C&A e a Hering, uma semana depois desfilei para a Fashion Week em São Paulo, cinco meses depois eu estava exposto em Nova York”, conta.
Ele explica que o fato de ser bailarino pode ter ajudado na carreira na moda, já que a consciência corporal adquirida como dançarino permite que ele realize poses diferentes, algo que é valorizado no segmento.
Ele lembrou de um teste para participar de um desfile do Facebook com a marca Another Place, que teve a participação de famosos como a cantora Pablo Vittar.
“Me abre muitas possibilidades, eu só consegui esse desfile porque chegou na hora, eles pediram para eu dançar e eu dancei. Me ajuda a criar ângulos esquisitos, o que ajuda na questão fashion“, explica.
Modelo curve 6u6ak
Ao entrar na carreira, Eddu conta que percebeu que era um dos poucos com a oportunidade de atuar como modelo curve. Ele explica que, em média, em um trabalho com dez modelos, dois são do segmento.
“O caminho ainda é longo, mas as pessoas vão perceber que colocar uma roupa para uma pessoa extremamente magra, e outra em uma pessoa bem gordinha, não é o suficiente. O curve representa isso”, pontua.
Um ano e dois meses após se tornar modelo, o bailarino catarinense explica que agora o foco é a carreira internacional. Ele conta que já trabalhou com muitas marcas, mas que sonha em modelar para a grife Alexander Mcqueen.
De acordo com Eddu, um dos objetivos é lutar por representatividade.
“Uma parte muito importante do meu trabalho é lutar para que esse muro quebre, para que a gente entenda que a maioria da população não é magra, e que os outros existem e querem se vestir bem”.