As histórias de amor proibido são contadas há séculos e estão presentes nos mais diversos formatos, seja no cinema, em novelas, nos palcos dos teatros ou na literatura.

A mais famosa delas é a do jovem casal apaixonado Romeu e Julieta, escrita pelo dramaturgo inglês Willian Shakespeare no século 16. Mas você sabia que a Ilha da Magia possui sua própria história de amor proibido?
A cidade tem um amplo repertório de lendas que fazem parte do imaginário dos manezinhos. Uma delas, fala do amor proibido do índio Peri pela bruxa Conceição.
O índio Peri e a bruxa Conceição 2wn9
Para saber mais sobre esse conto, o nd+ conversou com Rodrigo Stüpp, jornalista, guia de turismo e intérprete de patrimônio que está à frente do projeto Guia Manezinho.
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Os nomes Peri e Conceição remetem a dois pontos conhecidos da Ilha: a Lagoa do Peri e a Lagoa da Conceição. A lenda diz que Peri era um índio, filho de um cacique, que se apaixonou perdidamente pela bruxa Conceição.
No entanto, as bruxas não permitiam que Conceição namorasse um índio. A aldeia de Peri, por sua vez, não permitia que ele namorasse uma bruxa.
Dos dois lados, houve o pedido para que o casal apaixonado se separasse e não voltasse a se encontrar, mas, como diz o ditado, “tudo que é proibido é mais gostoso”. Sendo assim, o casal manteve encontros furtivos na mata.
As bruxas acabaram descobrindo e lançaram uma grande maldição: o índio Peri é transformado em uma lagoa de água doce – a Lagoa do Peri, no Sul da Ilha. O laço entre os dois era tão forte que a lagoa acabou ficando com o formato de coração.
Ao perder o seu amor, Conceição é acometida por uma tristeza profunda. Ela chora tanto que suas lágrimas se acumulam e formam a Lagoa da Conceição, cuja água é salgada.
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O guia de turismo Rodrigo Stüpp conta que existem diversas interpretações da lenda que envolve a Lagoa do peri e a Lagoa da Conceição. São encontradas também diferentes adaptações para o conto do índio Peri e da bruxa Conceição.

As lendas surgem e se popularizam a partir da imigração açoriana. As histórias variam porque são contadas de forma oral, em rodas de conversa.
“Como não há uma documentação de fato, as lendas acabam recebendo adaptações. O próprio Franklin Cascaes percebeu isso quando começou sua pesquisa sobre as lendas da Ilha”, diz.