Distante 1,2 mil quilômetros da cidade de Wuhan, onde surgiu a epidemia de coronavírus, o velejador brasileiro Bruno Fontes está confinado em um Centro de Treinamento de Haikou, na Ilha de Hainan, ao sul da China. Medalha de Prata nos últimos Jogos Pan-Americanos, Fontes é treinador da equipe de velejadores da China que se prepara para disputar o Campeonato Mundial da classe Laser, em Melbourne, na Austrália, no próximo mês de fevereiro.

O velejador desembarcou na China na manhã do último domingo (19) e conta que as informações sobre a epidemia do coronavírus começaram a circular na terça-feira (21) na cidade de Haikou, e todos foram proibidos de frequentar locais públicos. “Como amanhã (25) é Reveillon aqui, a cidade ficou meio deserta, então está tudo parado”, relata Fontes, que postou fotos nas redes sociais usando uma máscara de prevenção.
Medalhista no Pan, Bruno Fontes aposta em projeto chinês de vela
Governo descarta suspeita de coronavírus em MG, mas mantém o alerta
Apesar da restrição, Fontes conta que, por enquanto, está tudo bem. Há, inclusive, permissão para velejar, mas é o máximo que ele pode fazer fora do Centro de Treinamento. “Como vivemos em um centro de treinamento e eles fornecem tudo, a gente está proibido de fazer as refeições fora daqui e se tiver contato com outras pessoas é para usar máscara”, conta.

A situação de confinamento é específica. “A confinação é ficar no prédio. Temos café da manhã, almoço e janta aqui. Não podemos sair para ir ao supermercado ou fazer as refeições fora”, explica.
Com dois milhões de habitantes, Haikou é a capital da Ilha de Haina e significa “Boca do Mar” em chinês. Segundo Fontes, a epidemia do coronavírus provocou impacto imeadiato na cidade. “Parece que o aeroporto já está meio parado, o transporte público também está bem parado, não tem quase nenhum carro na rua, o transporte por aplicativo já não está funcionando”, relata.
O técnico e velejador agora aguarda novas orientações, enquanto não viaja para a Austrália no próximo dia 14 de fevereiro. “A gente vai esperar ar o Reveillon e aguardar uma segunda ordem para ver onde vai chegar isso aí. Mas todas as precauções estão sendo tomadas”, tranquilizou.