As autoridades do Sri Lanka ligaram os atentados suicidas a retaliações de radicais muçulmanos. O motivo seriam os massacres em mesquitas ocorridas em março, na Nova Zelândia. Cerca de 300 pessoas foram mortas em igrejas cristãs e hotéis de luxo no fim de semana, no Sri Lanka. Na Nova Zelândia, os ataques ocorreram na cidade de Christchurch, deixando 50 mortos.

“As investigações preliminares revelaram que o que ocorreu no Sri Lanka foi uma retaliação ao ataque contra muçulmanos em Christchurch”. A afirmação foi dada pelo vice-ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, ao Parlamento cingalês.
“Esse grupo National Thowfeek Jamaath (NTJ), que realizou os ataques, tinha ligações estreitas com a JMI”, completou. Wijewardene refere-se à organização Jamaat-ul-Mujahideen India.
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O Sri Lanka está sob estado de emergência, que confere poderes especiais às forças de segurança, incluindo o direito de buscar a prender indivíduos. O presidente Maithripala Sirisena concedeu aos militares um amplo raio de ação para deter e prender suspeitos. Esses poderes que foram usados durante os 26 anos de guerra civil, mas retirados quando ela terminou em 2009.
A polícia local prendeu ao menos 40 suspeitos. As autoridades elevaram para pelo menos 310 o número de mortos, enquanto mais de 500 pessoas seguem hospitalizadas. O presidente cingalês declarou nesta terça-feira (23) Dia de Luto Nacional. Durante os funerais de cidadãos cingaleses mortos nos ataque de domingo foram observados três minutos de silêncio. Também foram erguidas bandeiras pretas e brancas na maioria das cidades do país.
Os atentados de domingo reviveram o estado caótico instalado no Sri Lanka nos 26 anos de guerra civil, de 1983 a 2009, entre as forças governamentais e a organização separatista conhecida como “Tigres de Tâmil”.
Os ataques contra minorias religiosas no Sri Lanka vêm se repetindo desde 2018, quando o governo teve que declarar estado de emergência depois de confrontos entre muçulmanos e budistas. No Sri Lanka, a população cristã representa 7%, enquanto os budistas são cerca de 70%, os hinduístas 15%, e os muçulmanos 11%.
*Com informações da Deutsche Welle (agência pública da Alemanha)