A vice-governadora de Santa Catarina, Marilisa Boehm (PL), terá uma influência direta nas discussões da área de segurança pública do Estado. Em entrevista ao colunista e articulista Paulo Alceu, no programa Conexão ND, da Record News, a ex-delegada de Polícia Civil reforçou seu papel no governo Jorginho Mello e as ações que planeja realizar nos próximos quatro anos.

Marilisa disse que assumirá um papel de conselheira da polícia catarinense e fez críticas à gestão de segurança pública do governo Carlos Moisés.
“Essa instituição foi muito massacrada no governo anterior. Vamos resgatar a dignidade da segurança pública”, disse a vice-governadora que pretende conversar com dois deputados estaduais eleitos ligados à Polícia Civil: Mauricio Eskudlark (PL) e o delegado Egidio Ferrari (PTB).
Segundo a vice-governadora, o Executivo estadual tem em pauta a expansão do atendimento digital de segurança pública ao cidadão. Por outro lado, de acordo com Marilisa, não esquecerá de investir em pessoas com o aumento do efetivo, principalmente da Polícia Civil. A ideia é que “as pessoas (policiais) estejam nas delegacias para acolher as pessoas”.
Para a delegada de Polícia Civil aposentada, as delegacias são vistas como uma radiografia social do Estado e é preciso humanizá-las. “A polícia é um balcão de informações que todo político deveria visitar”, ressaltou.
Marilisa salientou ser contra o atendimento, em uma mesma delegacia, de mulheres vítimas de violência e adolescentes infratores. Uma das metas da gestão é solucionar esta demanda no Estado.

Ela descartou a possibilidade de assumir outras funções dentro do governo do Estado, além do cargo de segunda pessoa na hierarquia do Executivo estadual. “Fui eleita vice-governadora para colaborar”, afirmou.
A ex-delegada também descartou a possibilidade de repetir os atritos que envolveram o ex-governador Carlos Moisés e sua vice e agora deputada federal Daniela Reinehr (PL). A partir de 2021, houve um rompimento oficial entre eles, e Daniela acabou escanteada pela antiga cúpula política do governo.
“Nós temos o mesmo pensamento: trabalhar para as pessoas. Estamos trabalhando em conjunto e falando a mesma linguagem”, comentou a vice-governadora Marilisa Boehm, ao lembrar que em todos os comícios na campanha eleitoral, Jorginho Mello e ela encerravam com as mãos entrelaçadas demonstrando união.
“Vamos continuar trabalhando, ajudando o nosso governador. Temos muita coisa a fazer”.
O convite que selou o destino da vice 4i322z
Marilisa contou como foi o entendimento com o governador Jorginho Mello para formação da chapa vencedora em outubro do ano ado. Segundo ela, três meses antes das eleições, o então pré-candidato entrou em contato com ela por telefone e fez um convite para conversar em ville.

Segundo ela, imaginava que o contato feito pelo governador seria apenas para formar um grupo no Norte do Estado para colaborar na campanha eleitoral. O encontro ocorreu e Marilisa indicou vários nomes a Jorginho Mello para compor a chapa, mas não teria se colocado à disposição para a disputa.
“Inicialmente não queria ser candidata. Queria me dedicar à área social. Eu sempre trabalhei com a área social, eu sempre trabalhei assim nas delegacias. Queria cuidar dos meus netos”, lembrou.
A vice-governadora recordou que Jorginho Mello se despediu e agradeceu pelas sugestões. Porém, três dias depois, o mesmo telefonou para ela e solicitou que se encontrassem para um almoço. A partir desse momento, a chapa estava formada. “Eu ficava pensando: nem tenho condições financeiras para ajudar na campanha”, brincou.
Aposentadoria voltada a projetos sociais 2x3r
Marilisa foi a primeira delegada mulher de ville e ajudou a fundar a Delegacia da Mulher da cidade, onde foi titular entre 1990 a 2014. Neste período, também atuou como delegada regional, entre 1999 a 2002. Nesse posto, era responsável pelos municípios de ville, Itapoá, São Francisco do Sul, Garuva e Araquari.
Em 2014, ela se aposentou e ou a se dedicar a projetos sociais. Por ideia de um dos filhos, criou o Instituto Cazul, que atua na melhoria de vida das pessoas carentes, através do desenvolvimento sustentável, econômico, ambiental e social.
“Minha visão sempre foi fazer projetos para ajudar pessoas através de trabalho, de qualificação através de cultura. Vamos nos dedicar para que as pessoas tenham emprego e sejam qualificadas. As pessoas querem dignidade”.