Delícias sem glúten à mesa, em São José m5o5i

Feira reuniu associados, comerciantes e pacientes de doença celíaca, neste domingo chuvoso

Centenas de pessoas foram ao Centro Multiuso de São José, no último domingo, para prestigiar a Feira Gastronômica sem Glúten. O encontro serviu para alertar a população sobre os sintomas da doença celíaca e os novos alimentos a disposição do público portador de intolerância ao componente encontrado na farinha de trigo. A exposição foi organizada pela Acelbra- SC (Associação dos Celíacos de Santa Catarina).

Bolo de cenoura com calda de chocolate. Salgadinho de festa, biscoito, pães e tortas, fizeram a alegria de pais e filhos. A família Santos veio de Itajaí para visitar os estandes do evento. A razão da visita é a luta travada para cuidar do filho Luiz André, de 10 anos. O baixo peso do menino e as constantes dores no ventre fizeram a mãe, Tatiana Zeli, 33, buscar vários especialistas até descobrir, há três anos, qual era a enfermidade de seu filho. “Investigamos várias doenças. Descobrimos a intolerância através da biópsia do intestino delgado”, recorda. Tatiana conta que a família teve de mudar de bairro para evitar o agravamento da doença, devido à contaminação pelo ar causada por uma padaria próxima de sua casa. “Ele ficou em coma por dez dias, somente pelo cheiro do pão”, recorda.

Experiente com as idas e vindas aos hospitais, o pequeno Luiz André conta que recusa tudo que lhe é oferecido fora de casa. “O que eu não sei se posso comer levo para mostrar à minha mãe”, relata. É por meio de pesquisa que deram origem a fécula de batata, farinha de arroz, e amido de milho que garotos como Luis podem satisfazer o desejo de comer doces e pães como qualquer outra criança. “É melhor me cuidar que sentir aquela dor toda”, garante com os olhos na forma de bolo.  Tatiana revela que seu caçula João, 7, ainda está no processo de averiguação. “Intolerância a lactose está confirmada. Faremos a biópsia para ter certeza sobre os problemas com o glúten”, adianta.

Brasil tem mais de um milhão de celíacos

De acordo com a presidente da Acelbra- SC (Associação dos Celíacos de Santa Catarina), Odete Maluf Teixeira, o número de pessoas afetadas pela doença celíaca já ultraa um milhão no país. “Queremos promover a segurança alimentar. E tambem fomentar os estudos para que o celíaco possa comer com tranqüilidade, sem ser olhado com estranheza”, diz. Odete lembra que embora a doença não tenha cura, até o momento, cabe ao paciente a atenção total à sua condição de portador. “Temos 1.200 associados em Santa Catarina. E muita gente que ainda está doente, mas não sabe o que é”, assegura.

A presidente lembra que um gastroenterologista, ou endocrinologista pode diagnosticar a enfermidade, que tem como principais sintomas a dor de cabeça, vômito e dores e inchaço no ventre. “Os pacientes geralmente tem anemia e osteoporose. Nos celíacos, ainda não diagnosticados, essas doenças são causadas pela falta de retenção de nutrientes e vitaminas”, detalha. Odete enfatiza que para a vida normal e segura de um portador de doença celíaca é preciso a total abstinência do glúten. “Com criança é sempre mais difícil. A luta é dos pais até que eles tomem consciência”, completa, lamentado que o nau tempo tenha obrigado o cancelamento da caminhada  pela divulgação  e prevenção de diagnostico da doença.

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