A poucos dias de completar um mês do incêndio que atingiu 800 hectares do Parque Estadual Serra do Tabuleiro, o coordenador do parque acredita na possibilidade de novas ocorrências. A opinião de Carlos Cassini tem como fundamento os dois incêndios registrados na semana ada.
“O incêndio de quarta-feira [2] ocorreu no dia seguinte à divulgação do plano de contingência do parque, o que parece uma provocação. Na sexta [4] houve outro e no sábado os bombeiros flagraram fogo em lixo. O parque a por incêndios e o cidadão vai lá queimar lixo. É uma queda de braço”, desabafa o coordenador do Parque da Serra do Tabuleiro.
Incêndio voltou a atingir o Parque Estadual Serra do Tabuleiro – Eduardo Cristófoli/RICTVNa quarta-feira, cerca de 260 hectares foram destruídos. Ainda não se sabe quanto o fogo destruiu na sexta-feira. Diante dos últimos acontecimentos, o sentimento de que o período de incêndios no parque ainda não acabou faz sentido. Desde o início da estiagem, em junho, até domingo foram registrados mais de 15 incêndios, segundo Carlos Cassini.
A ausência de chuva, os ventos fortes e a baixa umidade são os fatores naturais para o surgimento de focos de calor e de incêndio. Mas a natureza não agiu sozinha. Apesar de a investigação sobre as causas do incêndio dos dias 10 e 11 ados não ter sido concluída, a experiência de Cassini o leva a pensar que há mão humana em mais essa afronta à maior reserva de proteção integral de Santa Catarina.
Com mais de 84 mil hectares, os incêndios no parque são recorrentes em Palhoça. Nos demais municípios por onde a o Serra do Tabuleiro não há registros de queimadas. O parque tem áreas nos municípios de Florianópolis, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio, São Martinho, Imaruí e Paulo Lopes.
Restauração 474r2s
Para a recuperação das áreas queimadas, está em elaboração um projeto para a implantação de um viveiro no Centro de Visitantes do Parque, em Palhoça. O projeto está sendo elaborado por um grupo de voluntários especialistas no assunto. Após concluído, o o seguinte será buscar recursos para a instalação do viveiro de mudas da Mata Atlântica.
O viveiro terá mudas de espécies da restinga, como pitangueiras e araçás, e serão distribuídas a crianças que visitam o parque semanalmente em grupos escolares. Nas semanas seguintes ao grande incêndio, os alunos que visitaram o parque queriam plantar árvore como forma de ajudar na recuperação do verde, mas o Centro de Visitantes ainda não tem um viveiro.
Plano de contingência 6y6k6e
O Plano de Contingência do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro está sendo discutido por um grupo de trabalho formado por representantes da prefeitura de Palhoça, IMA (Instituto do Meio Ambiente), Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Secretaria Executiva do Meio Ambiente e Defesa Civil de Santa Catarina.
O grupo de trabalho vai definir as atividades mitigatórias, os procedimentos e ações integradas para as mais diferentes situações relacionadas ao parque. Nessa primeira fase será feito um diagnóstico da atual situação do parque e dos recursos disponibilizados pelas entidades envolvidas. Serão levantados os riscos, áreas mais vulneráveis e os meios existentes para educação ambiental e combate ao fogo.
